MANAUS – O médico e empresário Mouhamad Moustafa, apontado como responsável pelo desvio de mais de R$ 100 milhões de recursos da saúde, disse em depoimento na última terça-feira (3), na Justiça Federal, que emagreceu quase 60 kg. O site Amazonas Atual obteve o vídeo do depoimento do médico, onde ele aparenta ter perdido muito peso.
No depoimento, o médico aponta como causa do emagrecimento a dificuldade que ele tem de comer a comida servida no presídio onde está preso desde dezembro de 2018, o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), em Manaus.
“Eu não consigo comer as dietas do presídio. Fico somente com os pães que dão de manhã e o que vem na merenda, quando vem algo que eu como. Porque às vezes vem com goiabada ou outras coisa assim, que pela diabetes eu não como e dispenso”, disse Mouhamad em um trecho do depoimento.
Os desvios de recursos da saúde foram descobertos pela operação Maus Caminhos, em 2016. As investigações atingiram a cúpula da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) nos governos de José Melo e Omar Aziz.
Os dois ex-governadores e familiares também foram alcançados pelas investigações. Todos alegam inocência.
O nome do caso, “Maus Caminhos”, é uma referência ao nome da entidade Instituto Novos Caminhos (INC), que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi utilizada pelo grupo criminoso para viabilizar a maior parte dos desvios e fraudes envolvendo recursos da pasta de saúde no Estado do Amazonas.
Para o MPF, a operação Maus Caminhos é a investigação de corrupção com maior volume de recursos públicos, agentes públicos da alta cúpula envolvidos e número de fases de desdobramentos já conduzida pelos órgãos de fiscalização e controle no Amazonas.
A primeira fase da operação, deflagrada em setembro em 2016, identificou e prendeu os líderes e principais agentes do grupo que desviou milhões em recursos públicos destinados à pasta de saúde no Amazonas, por meio de contratos firmados com o governo do Estado para a gestão de três unidades de saúde em Manaus, Rio Preto da Eva e Tabatinga, feita pelo INC, instituição qualificada como organização social.
Segundo o MPF, a organização criminosa identificada, nesse primeiro momento, tinha como líder principal Mouhamad Moustafa.
Veja trecho do depoimento aqui.