MANAUS – O senador Eduardo Braga (MDB) apresentou, nesta terça-feira (19), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, relatório favorável à indicação do economista Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central. Na mesma ocasião, ele listou assuntos de interesse nacional que devem ser debatidos com Campos Neto em 26 de fevereiro, data da sua sabatina no colegiado. Entre eles, o monopólio dos bancos, que cobram juros, classificados pelo senador, como “exorbitantes” aos consumidores e restringem a distribuição de microcrédito no país.
“Será uma oportunidade para discutirmos algumas questões que impactam no cotidiano dos brasileiros, dos trabalhadores e dos empreendedores”, disse. “O Brasil tem uma taxa Selic de 6,5% ao ano. Ela é principal taxa básica de juros do sistema financeiro que serve de referencial para as demais taxas de juros praticadas no país. O que não conseguimos entender é que, para o consumidor ou empresário, essa taxa varia de 35% a 250% ao ano”, acrescentou o senador.
Em seguida, Eduardo questionou: “Será que não é falta de concorrência? Será que isso não é resultado do monopólio de apenas três bancos privados e dois bancos públicos? Qual é o impedimento de um banco de varejo europeu, japonês ou até mesmo chinês para entrar no Brasil?”.
A concentração desse mercado nas mãos de algumas instituições, disse o senador, repercute também na escassez de microcrédito, instrumento fundamental de geração de emprego e renda no país e no mundo. “Por falta de capilaridade dos bancos e de concorrência, mais de 40 municípios do Amazonas não possuem casa bancária. Eles não têm uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal”, afirmou.
A consequência desse cenário é, de acordo com Braga, que a população enfrenta uma série de dificuldades para obter o Bolsa Família e ter acesso às linhas de financiamento do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).