MANAUS – Uma moção de repúdio à declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que “o Brasil não pode pagar pela Zona Franca de Manaus” foi aprovada por unanimidade na manhã de segunda-feira (22/4) no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM). A moção foi, de início, apresentada individualmente pelo vereador Elias Emanuel (PSDB), mas os vereadores decidiram apresentar em conjunto, em nome da Casa.
“Essa é uma moção de repúdio da Casa Legislativa Municipal, temos que defender o modelo Zona Franca, que é a principal fonte de economia do estado. A Câmara está atenta a todas as discussões sobre o assunto e, se necessário formará uma comissão para defender esse modelo econômico, que gera empregos diretos e indiretos no Amazonas”, destacou o presidente da Casa, vereador Joelson Silva (PSDB).
O vereador Claudio Proença (PR) disse querer acreditar que o presidente Jair Bolsonaro não assina embaixo da declaração de seu ministro. “Esse ministro deveria ser exonerado porque foi covarde: qual empresário que pudesse estar pensando em montar uma indústria no Amazonas que vai continuar com essa ideia depois de uma declaração dessa?”.
Para o vereador Hiram Nicolau (PSD), sua decepção maior foi ver amazonenses se manifestando nas redes sociais contra a Zona Franca de Manaus. “Uma coisa é discutir alternativas econômicas, outra é ser contra a fonte de mais de 400 mil empregos diretos hoje no Estado, mais alguns milhares pelo país”, afirmou.
O vereador Dante (PSDB) criticou a postura neutra de alguns parlamentares federais frente à fala do ministro. “Teve deputado da bancada que comeu abiu e nada falou, e não dá para ficar neutro nesse momento. Queremos e devemos discutir alternativas à economia do Estado, mas não é o momento para falar em fim da ZFM”.
A fala do ministro foi ao ar em entrevista à Globo News na quarta-feira (17/4): “Não vou mexer com a Zona Franca, está na constituição. Agora, se todos os impostos caíssem para zero? Eu não mexi na Zona Franca de Manaus. […] Eu não economizei 25 bilhões, eu simplifiquei. Quer dizer agora que o Brasil não pode ficar mais eficiente? […] Então quer dizer que eu tenho que deixar o Brasil bem ferrado, bem desarrumado, porque, senão, não tem vantagens para Manaus?”.