MANAUS – Ao lançar sua pré-candidatura à Prefeitura de Manaus, nesta quarta-feira (17), o ex-superintendente da Zona Franca de Manaus Alfredo Menezes (Patriotas) voltou a lançar críticas à bancada do Amazonas em Brasília, com a qual teve uma relação difícil ao longo dos seus 16 meses à frente da autarquia federal.
Padrinho de casamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o coronel reformado do Exército atribuiu a interesses pessoais dos parlamentares o difícil convívio que teve com eles no período em que esteve na Suframa.
Segundo ele, a bancada não queria que o governo federal tirasse do grupo político local o comando do órgão, como acontecia há mais de 20 anos.
“Não fui eu quem abriu guerra com a bancada. A bancada que não queria uma gestão como essa que estamos propondo, uma gestão transparente, com resultados, com a participação da sociedade como um todo”, declarou ele, durante evento de lançamento da pré-candidatura no Da Vinci Hotel, na Zona Centro-Sul de Manaus.
Ao lado do deputado estadual Felipe Souza e do vereador Joelson Silva, ambos do Patriotas, Menezes disse que os deputados federais e senadores não respeitam quem trabalha e queriam colocar “alguém dos seus interesses” na chefia da superintendência.
“(A bancada queria indicar) Algum dos seus apaniguados para se locupletar de alguns benefícios, não pensando no Estado, porque se pensassem no Estado não fariam o que fizeram, mas pensando nos seus interesses pessoais e particulares”, disparou.
“Por causa disso eu estou aqui hoje, quero mudança, quero participar dessa mudança”, declarou.
Os principais atritos entre Menezes e a bancada parlamentar estão relacionados às investidas da equipe econômica do governo federal contra os benefícios fiscais da Zona Franca. O último embate envolveu o decreto do IPI do polo de concentrados de refrigerantes.
‘Amigos’
Por outro lado, o pré-candidato ressaltou que mantém uma boa relação com o atual prefeito, Arthur Neto (PSDB), o que viabilizou a realização das obras de recuperação do sistema viário do Distrito Industrial. Os R$ 150 milhões para as obras, disse ele sem dar detalhes, estavam bloqueados há anos por ação da bancada.
Ele disse também que teve relação respeitosa e amigável com o governador Wilson Lima (PSC) e que a prova disso é a implantação do Distrito Agroindustrial de Rio Preto da Eva, cujo projeto foi concebido na sua gestão na Suframa.
Demissão
A saída de Alfredo Menezes da Suframa foi confirmada no dia 3 deste mês por Jair Bolsonaro. Dois dias antes, a demissão tinha sido antecipada pelo site O Antagonista.
Após a confirmação de Bolsonaro, Menezes disse que saiu por motivo pessoal e agradeceu o presidente pela confiança.
A pré-candidatura de Menezes não tem o apoio formal de Bolsonaro, que ele espera conquistar até o início da campanha, conforme disse no evento desta quarta-feira.
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