MANAUS – A deputada estadual Mayara Pinheiro (PP) ingressou, no último dia 9, com um processo contra o radialista Raione Cabral Queiroz, na 7ª Vara do Juizado Especial Cível, em Manaus.
No processo, a parlamentar afirma que ela e a família são alvos de ataques sistemáticos promovidos por Raione, principalmente nas redes sociais.
Pelos danos que ela entende que as postagens causaram a sua honra e imagens, a deputada pede um indenização no valor de R$40 mil.
Mayara Pinheiro pede ainda que a Justiça determine que as postagens sejam excluídas da Internet. E que o radialista seja impedido de acessar as redes sociais da deputada e de fazer qualquer menção a ela na Internet.
Em uma das postagens tratadas no processo, Mayara Pinheiro entende ter sido chamada de “quenga” por Raione. O radialista usa a expressão “queima quengaral”, acima de um texto publicado no Facebook.
“[…] conforme consta na postagem ao norte, o representado colocou os dizeres ‘queima quengaral’. Ou seja, não conformado em injuriar e difamar a representante, através de postagem com conteúdo inverídico, o representado ainda chamou a vítima de ‘quenga’, expressão comumente usada no norte e nordeste do país para identificar mulher que faz sexo em troca de dinheiro, ou seja, prostituta”, escreve o advogado de Mayara no processo, Fabrício de Melo Parente.
A postagem que o advogado se refere como inverídica diz respeito a uma informação, que circulou nas redes sociais no dia 29 de julho, e foi publicada por Raione no Facebook, de que o gabinete da parlamentar foi alvo de busca e apreensão por membros do Ministério Público Estadual (MP-AM).
A informação nunca foi confirmada pelo MP-AM. Na ocasião, a reportagem do ESTADO POLÍTICO tentou confirmar com a assessoria de comunicação do órgão, mas o email não foi respondido.
No processo, os advogados de Mayara exibem uma matéria do Portal do Holanda, onde o site afirma que a informação publicada por Raione foi desmentida pela assessoria do MP-AM.
Outro lado
Ouvido pela reportagem, Raione disse que ainda não tinha sido comunicado oficialmente sobre o processo. O radialista afirmou que vê a medida como uma forma de intimidação.
“A deputada Mayara precisa, antes de tudo, responder ao povo do Amazonas sobre as acusações que pesam contra ela no que diz respeito aos servidores fantasmas, que são seus familiares. Precisa responder, além disso, o motivo do seu esposo ter dois contratos de trabalho com a prefeitura de Coari, sem cumprir o devido expediente. Quando às supostas ações na Justiça contra mim, são descabidas, pois têm um único propósito, querer me intimidar para que eu não mais denuncie os escândalos que envolvem a família Pinheiro. Aguardarei a citação da Justiça para responder às acusações”, declarou Raione.
Adversários políticos
Raione é radialista em Coari, cidade onde a família de Mayara Pinheiro exerce grande influência política, desde o ano de 2001.
Opositor à família Pinheiro, Raione é atualmente aliado de Robson Tiradentes, que foi o principal adversário de Adail Filho (PP), irmão de Mayara, nas eleições municipais de 2020.
Raione e Robson são os responsáveis pela ação na Justiça Eleitoral que resultou na cassação do mandato de Adail Filho.
Até que a Justiça Eleitoral determine nova eleição em Coari, a prefeitura da cidade é comandada pela vereadora Maria Ducirene da Cruz Menezes, que é tia do prefeito cassado.
Desde então, Raione é autor de uma série de representações nos órgãos de controle contra a administração municipal e a família Pinheiro.
A denúncia mais recente atingiu diretamente o esposo de Mayara, o médico Luiz Reis Barbosa Júnior.
Segundo a representação, apresentada ao TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado), o médico possuiria dois vínculos empregatícios com a prefeitura de Coari e não cumpriria a carga horária exigida. A deputada nega.
Ao analisar o caso, no dia 9 deste mês, a conselheira Yara Lins determinou que a prefeitura suspendesse cautelarmente o pagamento dos salários do médico.
De acordo com a decisão, há a suspeita de acúmulo de cargos sem o devido atendimento às jornadas de trabalho.
Na decisão, segundo a conselheira, a prefeita confirmou que Luiz Reis Barbosa acumulava os dois cargos, um com 20h semanais e outro com 40h semanais, totalizando 60h semanais, no entanto, a prefeita não apresentou documentos que comprovem que a jornada de trabalho estaria sendo cumprida pelo médico.
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