MANAUS – A deputada estadual Dra. Mayara (PP) engrossou nesta terça-feira, 26, o coro da oposição contra o secretário de Estado de Educação (Seduc) Luiz Castro. No ápice do ataque ao secretário, na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), a parlamentar chamou Luiz de “falso moralista” e o acusou de roubar dinheiro público.
“É muito fácil ser um falso moralista. Muito fácil falar sobre os prefeitos dos municípios, mas quando ele senta na cadeira, ele esquece da sua responsabilidade, de tudo aquilo que ele aprendeu aqui neste parlamento, e age de malgrado, gastando e roubando, e causando dano ao erário”, declarou Mayara.
A deputada é filha do ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro. Luiz Castro dedicou boa parte de seu mandato na Casa, quando era deputado, reverberando na tribuna da ALE-AM as denúncias de corrupção e de exploração sexual de crianças e adolescentes que pesavam contra o pai de Mayara. Algumas delas que resultaram em prisão e condenação do ex-prefeito.
Quase oposição
Sinalizando que está com um pé na oposição, mas somente no que diz respeito à Seduc, Mayara concluiu sua fala pedindo a cabeça de Luiz Castro e afirmando que existem dois governos: o de Wilson Lima (PSC) e o do gestor da pasta de Educação.
“Defendo que o nome na Seduc seja repensado, para que a gente possa colocar uma pessoa com capacidade técnica lá dentro”, disse Mayara, concluindo: “Existem dois [governos]: um que é comandado pelo Wilson Lima e o outro que é comandado pelo Luiz Castro na Seduc”.
As declarações de Mayara se deram no contexto de críticas a contratos firmados por dispensa de licitação na Seduc, levadas mais uma vez à tribuna da ALE-AM nesta terça pelos deputados de oposição Wilker Barreto (PHS) e Dermilson Chagas (PP). Ambos são aliados do ex-governador Amazonino Mendes (PDT).
Explicações
No dia 14 de março, Luiz Castro foi até a ALE-AM explicar os contratos emergenciais feitos na Seduc no início deste ano. Na ocasião, o secretário informou que vai encaminhar, até o mês de abril, cerca de 13 processos licitatórios para a Comissão Geral de Licitação (CGL).
Durante o encontro, Luiz Castro ressaltou que as contratações emergenciais (por dispensa de licitação) na sua gestão foram necessárias para garantir que não fossem feitos pagamentos sem cobertura contratual.
Segundo Luiz Castro, a prática de pagar por serviços sem contrato, que não é recomendada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), era comum em outras administrações.
Na gestão de Amazonino Mendes (PDT), segundo a Seduc, foram pagos R$ 80 milhões em processos indenizatórios no âmbito da secretaria. “A Seduc recebeu 244 processos de despesas autorizadas sem cobertura contratual. No total, seriam pagos R$ 190 milhões sem qualquer comprovação”, informou a Seduc à época.
“A prática de pagar dívida sem cobertura contratual não é bem vista pelo TCE-AM e sou um gestor que cumpre a lei. A única maneira nesse momento de manter as aulas era contratando emergencialmente e, inclusive, já explicamos ao TCE-AM que nos entendeu”, afirmou o secretário, por meio de sua assessoria, no dia 14.
Outro lado
O ESTADO POLÍTICO fez contato com a assessoria de Luiz Castro nesta terça, para ouvi-lo sobre as acusações feitas por Mayara. A matéria será atualizada caso ocorra alguma manifestação.
A eleição de Wilson lima foi uma farsa! Luiz Castro, infelizmente embarcou nessa canoa e certamente irão naufragar de mãos dadas sem o povo!!!!!!