Da Redação –
A cidade de Manaus trata mais de 50 milhões de litros de esgoto por dia. O dado é da concessionária Águas de Manaus. Segundo a empresa, o serviço é realizado em 78 estações de tratamento.
Esse volume, no entanto, segundo o Instituto Trata Brasil, representa apenas um alcance de 25,4% da população da capital amazonense.
Segundo a empresa, o acesso à água tratada e ao serviço de esgotamento sanitário está ligado diretamente a um meio ambiente mais saudável para as gerações futuras.
No último dia 26 de maio, a concessionária concordou em reduzir em 25% a tarifa da taxa de esgoto em Manaus para que a Câmara Municipal (CMM) concluísse os trabalhos da CPI que investigava a qualidade do serviço realizado pela empresa.
A medida terá duração de quatro anos e está prevista em um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) assinado entre a CMM, Prefeitura de Manaus, Ageman e Águas de Manaus.
Em março deste ano, Manaus completou uma década entre as 20 cidades com pior saneamento básico, em um ranking que analisa o serviço nos 100 maiores municípios do Brasil.
O relatório é produzido pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, e foi divulgado no dia 20 de março.
Acesso a água potável: Enquanto 99,7% da população das 20 melhores cidades têm acesso às redes de água potável, nos 20 piores municípios, o número é de 79,6% da população. Em Manaus, esse número é de 97,5%.
Acesso a coleta de esgoto: 97,9% da população nos 20 melhores municípios têm acesso aos serviços, enquanto somente 29,2% da população nos 20 piores municípios são atendidos. Na capital do Amazonas, o acesso a esse serviço é realidade para apenas 25,4%.
Tratamento de esgoto: Enquanto o primeiro grupo tem, em média, 80% de cobertura de tratamento de esgoto, o grupo dos piores trata apenas 18,2% do esgoto produzido. Em Manaus apenas 21,5% do esgoto coletado é tratado.
Perdas na distribuição: Entre as melhores cidades, 29,9% da água produzida é desperdiçada na distribuição por conta de tubulações antigas e “gatos”. Já entre as piores, o indicador chega a 51,3%. Em Manaus, 59,7% da água prozudida é perdida.
Investimento em saneamento: Enquanto as 20 melhores cidades investem, em média, R$ 166,5 por habitante, em saneamento. A média de investimento entre as 20 piores é de R$ 55,4. Em Manaus, R$ 88.
O levantamento faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país.
Evolução
Apesar de permanecer por 10 anos entre os 20 piores, o saneamento de Manaus melhorou em relação ao ranking de 2022. Naquele ano, a capital do Amazonas era a 89ª pior. No estudo divulgado nesta segunda-feira, a cidade subiu para 83ª.