Da Redação |
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinicius Almeida, afirmou que a legislação é um obstáculo no combate ao crime organizado no Amazonas. O titular da Segurança Pública afirmou que continuamente a Justiça revoga prisões realizadas por policiais.
A análise do secretário foi feita ao comentar operação da pasta que prendeu 51 pessoas e apreendeu adolescentes por apologia ao crime durante queima de fogos em Manaus.
Nas redes sociais, circulou um texto atribuído ao crime organizado explicando o motivo da manifestação. Segundo o texto, o foguetório seria uma comemoração pelo aniversário de atuação de uma organização criminosa no Amazonas. Os fogos foram ouvidos em todas as zonas geográficas de Manaus e registrados em vídeos por volta das 20h.
“Mais um ano que você tem aqui essa queima de focos. É o quinto ano consecutivo de uma organização criminosa. Nós já sabíamos, já montamos a operação, fizemos a prisão de 25 pessoas na capital, recolhemos quatro adolescentes e no interior 26, quase 1000 caixas de fogo apreendidas, 1 kg de droga, armamento. Mas o grande ponto, não é apenas a queima de fogos. Agora pela manhã todos (os presos) estão soltos. E essa é a frustração. A queima de fogos, ela só é a ponta do iceberg. Mas nós sabemos também que esses líderes, esses chefes dessas organizações criminosas que já foram presos por mais de cinco vezes, todos eles hoje estão soltos”, disse o secretário.
O secretário expressou frustração com o fato de que, apesar das prisões e apreensões, os criminosos são rapidamente liberados, o que estimula ainda mais o crime.
“Então a gente vê megas traficantes apreendidos com 10, com 15 toneladas (de drogas) soltos, homicidas soltos, latrocidas soltos. Então eu penso que a gente tem que começar a olhar o macro. Os nossos policiais têm feito muito, mas nós temos uma legislação que é permissiva, uma legislação que faz com que essas pessoas façam essa queima de fogos, fazendo essa a apologia ao crime numa capital como Manaus, como se isso fosse normal e sabendo que vai chegar na delegacia e vai ser ali um procedimento de TCO e vai ser liberado ao final. E isso vai estimulando ao crime”, disse o coronel.
O titular da SSP-AM diz, ainda, que a brandura da lei permite que criminosos reincidam em crimes e se tornem mais fortes dentro das organizações criminosas.
“A mesma pessoa que há quatro anos atrás fazia essa queima de focos, quiçá hoje não é um assassino que está muito mais forte dentro da organização criminosa, porque é isso que vem sendo alimentado. Essas drogas que entram no nosso estado vêm de dois países vizinhos e que tem uma responsabilidade de fronteira que não é do governo do estado. Mesmo assim a gente não se furta. A legislação chega na frente do juiz, tem uma alta taxa ali na audiência de custódia que solta, porque o juiz compreende em virtude da legislação que deve soltar. (…) a nossa parte nós vamos continuar fazendo. Não importa se tem que prender uma, duas, 10, 15 vezes, mas a sociedade tem que passar a discutir a legislação porque está complicado”, concluiu.
Operação resultou na apreensão de porções de drogas, câmeras usadas para realizar monitoramento remoto, balanças de precisão, caixas de explosivos e entre outros materiais:
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