MANAUS – Suspeitos de envolvimento no assassinato de um militar e detidos pela Polícia Civil na terça-feira (21), os empresários Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire tiveram a prisão confirmada pela Justiça nesta quarta-feira (22). Eles foram presos em cumprimento a mandados de prisão temporária expedidos pelo Juízo da Central de Inquéritos do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).
Como as audiências de custódia ainda estão temporariamente suspensas em razão da pandemia, o juízo plantonista das Audiências de Custódia analisou a notícia das prisões enviadas pela autoridade policial. Em conformidade com o entendimento do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), o juízo não constatou irregularidade aparente quanto aos seus cumprimentos, portanto, eles permanecerão presos até deliberação contrária.
“Ao compulsar os autos naturais, constato que o mandado de prisão preenche as formalidades legais e resoluções do Conselho Nacional de Justiça, assim como restaram respeitadas todas as suas garantias processuais penais previstas na Constituição Federal e em Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Por tais fundamentos, presentes os requisitos extrínsecos e/ou intrínsecos, conclui-se pela legalidade do ato prisional do custodiado Jordana Azevedo Freire e Joabson Agostinho Gomes”, diz a decisão.
Segundo apuração do portal A Crítica, os donos da rede de supermercados Vitória foram encaminhados para presídios do Complexo Prisional Antônio Jobim (Compaj), na BR-174, onde ficarão em celas comuns por não terem direito à cela especial – eles não têm curso superior.
Saiba mais
Eles são apontados apontados como mandantes do homicídio do empresário e sargento do Exército Brasileiro (EB) Lucas Ramon Silva Guimarães.
O crime ocorreu no dia 1º de setembro deste ano, no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Centro-Sul de Manaus.
Uma operação foi deflagrada na manhã de terça-feira pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), mas o casal não foi encontrado. Somente no início da tarde, acompanhados de um advogado, o casal compareceu a uma delegacia.
Lucas foi vítima de um crime passional, apontam as investigações da Polícia Civil do Amazonas detalhadas na terça-feira em entrevista coletiva à imprensa. Ele, que era casado com uma filha do dono do Hospital Santa Júlia, teria tido um caso extraconjugal com Jordana Azevedo Freire, esposa de Joabson Agostinho Gomes.
Lucas era sargento da FAB, dono de uma gráfica e da cafeteria onde foi assassinado, no bairro Praça 14, com três tiros na cabeça. Segundo a delegada, Lucas não tinha envolvimento com nada ilícito.
A gráfica de Lucas prestava serviços para o supermercado Vitória. Desde 2020, ele tratava de assuntos de negócios diretamente com Jornada e partir de então passaram a ter um caso.
Joabson teria descoberto a traição conjugal e o repasse de dinheiro ao militar após ler troca de mensagens entre Lucas e Jordana no celular da esposa.
Foi aí que teria decidido contratar um pistoleiro para matar Lucas.
A polícia não tem certeza porque Jordana preferiu ficar ao lado do marido e fugir com ele. Uma das hipóteses é que ela teria concordado com a morte de Lucas para continuar casada com Joabson e, assim, não perder sua atual condição financeira. Outra é medo do marido, que tem fama se ser rude no trato pessoal.
A PC, no entanto, não descarta que a própria Jordana possa ter sido a mandante ao invés de Joabson.
As investigações seguem em andamento.
+Comentadas 1