MANAUS – O juiz auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Bartolomeu Ferreira de Azevedo, desejou a morte, por câncer, dos advogados do governador e candidato à reeleição Amazonino Mendes (PDT). A declaração do magistrado ocorreu durante a sessão do Tribunal Pleno na manhã desta sexta-feira (26).
“Quem me trata mal, quem profere palavras horrorosas contra a minha pessoa, eu peço para que Deus leve, que antes dê um câncer e mate de forma dolorosa, é só o que posso pedir. E tenho que julgar conforme a lei, porque eu não posso me vingar das pessoas aqui no processo, porque eu seria um cretino. Então, a única coisa que posso pedir é para que Deus leve”, disse Bartolomeu.
As declarações foram feitas após o advogado Daniel Nogueira defender na sessão uma liminar para suspender os efeitos de decisões proferidas monocraticamente pelo juiz para que as mesmas pudessem ser analisadas pelo colegiado.
Segundo Daniel, apesar de uma recomendação do pleno para que os processos passassem a ser julgados pelo colegiado nesta semana, Bartolomeu seguiu decidindo monocraticamente. O que de acordo com o advogado dificulta recorrer das decisões.
“Dr. Bartolomeu participou da decisão de terça-feira quando o presidente submeteu isso ao debate, não levantou nenhuma objeção ao debate, não fez nenhuma ressalva e tendo construído essa decisão, refletida na ata, tomou a liberdade de na sessão seguinte ignorá-la, utilizando o tempo da sessão para julgar monocraticamente processos, cuja a única função da decisão monocrática é impedir a análise do colegiado”, observou Nogueira.
Bartolomeu disse que o pedido de Daniel se insurge contra a lei, que prevê a autoridade do juiz para decidir monocraticamente. E questionou porque os advogados não apresentaram as mesmas críticas aos demais membros do tribunal, que seguiram decidindo do mesmo modo que ele.
Além de Daniel, integram a equipe jurídica de Amazonino os advogados Marco Aurélio Choy e Yuri Dantas.
Procurado pela reportagem, Yuri disse que as declarações de Bartolomeu não o atacam.
“No máximo, eu posso dizer que sou saudável e me cuido. E que, se era pra mim, não vai adiantar. Enfim, que eu não desejo o mal de ninguém, inclusive o dele”, declarou o advogado.