MANAUS – Incomodado com o fato de ter sido exposto nas redes sociais por ser favorável à obra milionária do novo anexo da Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Sassá da Construção Civil (PT) lançou uma série de indiretas contra os colegas que militam contra a construção, Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido).
Na sessão desta segunda-feira (27), o petista voltou a se colocar no papel de defensor corporativo dos vereadores da maioria. Sem citar nomes, ele culpou Guedes e Amom pelo má repercussão que o posicionamento dos vereadores ganhou nas redes sociais.
Sassá disse que a função dos vereadores “não é fiscalizar os colegas”, disse ao citar nominalmente Amom, que antes dele havia mencionado o papel dos vereadores previsto na legislação.
“Nunca vou perseguir colegas”, prosseguiu. “É muito fácil falar mal do colega”, acrescentou.
“Isso não é papel de vereador, é papel de mariquinha”, disse. “Tem gente que parece que é mariquinha, falso, mau caráter”, afirmou. “Fui eleito com voto conquistado, não foi comprado” completou.
“Mexeu com vocês, mexeu comigo”, disse Sassá, em defesa dos colegas favoráveis.
Sassá sugeriu que vereadores que “falem mal dos colegas” poderão ter o mandado cassado. “Então, vamos ter cuidado com o que fala”, acrescentou.
O vereador Lissandro Breval (Avante), que falou antes de Sassá, também sugeriu que vereadores poderão ser cassados por esse motivo, ao falar sobre um post de Rodrigo Guedes – o vídeo compara políticos, de uma forma geral, a cachorros. Ele falou que a prática poderá ser considerada quebra de decoro.
A licitação para obra que tem causado atritos entre os vereadores foi suspensa pela Justiça.
Resposta
Por ter sido citado por Sassá, Amom pediu direito a réplica. O vice-presidente, Wallace Oliveira (Pros), tentou evitar a manifestação do colega (não é a primeira vez que faz isso na presidência da sessão), mas cedeu. Também assegurou a Rodrigo Guedes fala por ter sido citado por Breval.
Guedes pediu respeito e disse que Breval é useiro e vezeiro em criticá-lo de forma pejorativa, inclusive no grupo de WhatsApp dos vereadores. Disse que a publicação citada pelo colega faz referência à “maioria dos políticos”, que são mais de 70 mil em todo o Brasil, e não a um vereador específico.
Amom, por sua vez, rebateu a afirmação de Sassá que não é papel de vereador fiscalizar vereador. Ao citar a Constituição Federal, observou que é função das câmaras fiscalizar o Município, que não inclui apenas a prefeitura, mas também o próprio Legislativo.
Em tréplica, Sassá disse que não entendeu a manifestação de Amom.
Saiba mais
Não é a primeira vez que Sassá atua como uma espécie de advogado corporativista dos vereadores. Na sessão desta segunda, ele, no segundo mandato, disse que voltou à CMM porque mereceu, que é um “vereador de rua” e não de gabinete, de redes sociais.
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