MANAUS – A irmã do engenheiro Flávio Rodrigues, Silene Rodrigues, disse ao ESTADO POLÍTICO nesta terça-feira (1º) que o irmão não era usuário e nem traficante de drogas. Segundo Silene, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), mentiu sobre o irmão e irá “pagar pelo que falou”.
“Meu irmão nunca usou droga, não é traficante. Ele [Arthur Neto] vai pagar pelo que ele falou”, disse Silene.
Na manhã desta terça-feira, o prefeito escreveu no Facebook um texto onde defende o enteado, Alejandro Valeiko. Silene se refere a esse texto.
Foi na casa onde Alejandro reside, na Ponta Negra, zona Oeste de Manaus, que Flávio teria sido visto vivo pela última vez.
A versão oficial registrada no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e na Especializada em Homicídios é a de que homens encapuzados invadiram a casa, que fica no condomínio Passaredo.
Na ação, Alejandro, que é filho da primeira-dama Elisabeth Valeiko, teria sido ferido com uma coronhada na cabeça. Outra pessoa ferida por arma branca. Enquanto Flávio foi levado da residência.
Na tarde de segunda-feira (30), o corpo de Flávio foi encontrado sem vida, em um terreno no bairro Tarumã, também na zona Oeste.
Segundo informações divulgadas até aqui, o engenheiro tinha ferimentos causados por arma branca na região do abdômen.
Versão do prefeito
No texto publicado no Facebook, Arthur diz que o episódio estaria ligado ao tráfico de drogas, e indica que Flávio era traficante.
Na publicação, o prefeito fala que o enteado é dependente químico, mas nega qualquer relação de Alejandro com a morte do engenheiro.
“A casa de Alejandro foi invadida na noite do último domingo. Dois homens encapuzados, “cobrando” dinheiro a um dos presentes. Um dos meninos se trancou no banheiro e Alejandro recebeu golpe de coronha que lhe abriu a cabeça. Levaram o que queriam: o rapaz Flávio, a quem “cobravam” pagamento pelo trabalho maldito que leva pessoas à perdição. Principalmente os jovens, muitos deles viciados desde 10 ou 12 anos de idade”, escreveu Arthur em um trecho do texto.
Segundo o portal A Crítica, uma das linhas de investigação da Polícia Civil é a de que Flávio possa ter sido morto ainda na residência, em meio a uma briga travada entre os ocupantes da casa.
Em nota, a polícia confirmou que irá realizar perícia na residência, que está no nome da primeira-dama. Lei a nota aqui.
Leia o texto completo do prefeito aqui.
Família sem informações
Silene disse que a até o momento a família ainda não tem informações sobre os rumos da investigação. “A polícia não nos passa nada”, reclamou ela.
Segundo Silene, o carro do irmão ainda está no condomínio, na Ponta Negra.
A família contratou uma advogada para acompanhar o caso.
Silene contou que Flávio foi até a residência de Alejandro a convite de um amigo, identificado como Junior Martins.
Segundo Silene, Junior teria pedido carona do irmão até o local. Lá, Flávio decidiu passar a noite.
Ao falar com Flávio, na noite de domingo (29), Silene disse que o irmão falou para ela que iria dormir no condomínio. Foi o último contato do engenheiro com a família.
“Liguei para ele à noite, porque a mamãe fica preocupada e só dorme quando ele chega. Ele disse que ia dormir lá. A gente conhece o Passaredo, sabe que é seguro, então não fiquei preocupada”, disse Silene.
A irmã de Flávio informou que antes de levar Junior Martins ao condomínio, o irmão estava em uma rave, com amigos.
Silene afirmou ainda que não sabia da amizade de Junior Martins com o irmão, e que o viu pela primeira vez na delegacia, quando ele entregou o celular de Flávio à família da vítima.
“Meu irmão era uma pessoa muito boa. Se você conversasse com ele 5 minutos já virava amigo dele. Ele não via maldade em nada”, comentou Silene.
Flávio atuava como engenheiro na empresa Ambev, em Manaus, informou Silene.