MANAUS – Uma inspeção técnica realizada entre os dias 20 a 27 de agosto pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) em municípios do Sul do Amazonas identificou queimadas em grande escala, com ao menos três quilômetros de extensão na BR-319, além de diversos focos de desmatamento ilegal na Transamazônica.
Segundo o TCE-AM, diferentes focos de incêndio inclusive com potencial de atingir outras áreas verdes foram flagradas por meio de fotos, vídeos e auxílio de drones da Corte de Contas. Os dados foram informados pelo conselheiro Júlio Pinheiro durante a sessão nesta quarta-feira (1º).
A inspeção resultou na elaboração de um relatório do TCE-AM com os principais focos de incêndio observados e regiões vulneráveis com risco iminente de queimadas.
Conforme o conselheiro Júlio Pinheiro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já foram notificados sobre os resultados da inspeção e devem adotar as providências cabíveis.
Inspeção
Ao todo a comissão de inspeção ambiental percorreu mais de 2,5 mil quilômetros entre as Rodovias BR-319 (Manaus-Porto Velho), BR-230 (Transamazônica) e estradas vicinais, identificado as áreas de pressão em relação a queimadas e desmatamentos.
Os focos de incêndio apresentam ainda mais risco, já que uma queimada em áreas recém-derrubadas pode facilmente escapar para florestas vizinhas, transformando-se em incêndio florestal. Entre as áreas de pressão evidenciadas estão o Distrito de Realidade em Humaitá; Vila de Extrema-Lábrea, na fronteira entre o Amazonas, Acre e Rondônia; Distrito de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré; e norte do Apuí.
De acordo com o conselheiro Júlio Pinheiro, de janeiro a agosto deste ano o Amazonas foi responsável por 13.37% das queimadas no Brasil. Os números são confirmados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“O Amazonas é o terceiro estado no Brasil que mais contribuiu para o aumento do índice de queimadas no Brasil. Esse fato indica que temos de agir para evitar um descontrole total. O TCE está fazendo a sua parte ao fiscalizar e cobrar a presença dos órgãos públicos de controle e gestão ambiental no Sul do Amazonas, a região que concentra mais de 50% dos focos de queimadas no estado”, afirmou o conselheiro Júlio Pinheiro.