MANAUS – A indicação do senador Omar Aziz (PSD-AM) para assumir a presidência da CPI da Pandemia no Senado provocou críticas do ex-Superintendente da Suframa, Coronel Menezes (Patriotas), e do deputado federal José Ricardo, do PT.
Com a indicação do nome do ex-governador para o cargo, que precisa ser confirmada em votação na próxima semana, Menezes publicou uma imagem em uma rede social comparando a situação a de um “poste mijando no cachorro”.
A crítica do político, que é bolsonarista, é uma referência ao fato do ex-governador do Amazonas ser investigado justamente por suspeitas de desvios na saúde.
Na mesma investigação, resultante da Operação Maus Caminhos, Omar já teve três irmãos e a esposa, a deputada estadual Nejmi Aziz (PSD-AM), presos. O senador sempre negou as acusações e o processo ainda não foi julgado.
“É impossível não se indignar com uma situação dessas”, escreveu Menezes. O político já acusou Omar de tramar contra sua permanência na Suframa.
O senador também já negou a acusação. Menezes acabou sendo retirado do cargo em junho de 2020.
‘Não dá para achar normal’
Também nas redes sociais, o petista José Ricardo fez críticas à indicação de Omar para presidir a CPI.
“Não dá para achar normal que membros ou a presidência da CPI, instalada no Senado, para apurar as omissões e crimes do governo estejam sendo investigados por escândalos de desvios e esquemas milionários na saúde”, escreveu o deputado federal.
Na sua edição deste domingo (18), a Folha de São Paulo publicou uma matéria pontuando as acusações que pesam contra o senador no inquérito da “Maus Caminhos”. Leia aqui.
Operação Maus Caminhos
Em 2016, a Operação “Maus Caminhos” desarticulou um grupo que desviava recursos públicos por meio de contratos firmados com o governo do estado para a gestão de três unidades de saúde em Manaus, Rio Preto da Eva e Tabatinga, feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.
A apuração indicou o desvio de recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
As operações Custo Político, Estado de Emergência, Cashback, Vertex e Eminência Parda, desdobramentos da Operação Maus Caminhos, mostraram, ainda, o envolvimento de agentes públicos integrantes da alta administração do estado do Amazonas que, em conluio com agentes privados, contribuíram para o desvio de recursos federais destinados ao financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
O site fez um pedido de nota da assessoria do senador. O texto será atualizado em caso de retorno.