MANAUS – O homem que se fantasiou de “Goleiro Bruno” durante uma festa de Halloween na casa de shows Porão do Alemão, na última segunda-feira (1º), em Manaus, será intimado a comparecer ao 21º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde será ouvido. Posteriormente, ele deverá assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por apologia ao crime de feminicídio e responderá à Justiça em liberdade.
As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil do Amazonas ao ESTADO POLÍTICO nesta quarta-feira (3).
Conforme o delegado Rodrigo Barreto, titular da 4ª Seccional Oeste, que está respondendo pelo caso, as imagens da casa noturna já foram requisitadas.
Segundo a polícia, uma mulher registrou um Boletim de Ocorrência (BO) no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) na tarde da terça-feira (2), às 17h07, e posteriormente transferido ao 21º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
“(…) a comunicante informou sobre um caso de apologia ao crime de feminicídio, do qual tomou conhecimento por meio das redes sociais, praticado por um indivíduo, que durante as comemorações de halloween, apareceu fantasiado como ‘Goleiro Bruno’, portando um saco de lixo escrito ‘Eliza’”, informou a PC em nota.
De acordo com o site UOL, o homem fantasiado é um tatuador e foi demitido do local onde trabalhava após a repercusão do caso.
A deputada estadual Joana Darc (PL) informou, na noite da festa, que formalizaria uma denúncia sobre o caso. Nesta quarta-feira (3), ela confirmou que levará a denúncia ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
Procurado, o órgão informou que ainda não foi formalizada denúncia sobre o caso.
Entenda
A imagem do cliente fantasiado foi divulgada nos stories da página do Porão no Instagram, viralizou e, de imediato, causou revolta entre os usuários das principais redes sociais. A postagem logo foi retirada do ar, a casa de shows pediu desculpas e atribuiu culpa a um estagiário, que por ter 20 anos de idade não teria memória do caso brutal de homicídio ocorrido há 11 anos.
A modelo e atriz Eliza Samúdio foi morta em 2010. Ela mantinha um relacionamento com o goleiro Bruno Fernandes, que foi condenado a 22 anos de prisão pela morte e ocultação do cadáver da mulher e pelo sequestro e cárcere privado do filho deles, Bruninho. O goleiro foi considerado o mandante do crime e confessou participação.
O corpo de Eliza nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido de Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em relatos do próprio Bruno à Justiça, Eliza foi morta, esquartejada e seu corpo jogado cachorros comerem.