MANAUS – O deputado Marcelo Ramos (PL) conseguiu aproximar o governo federal das organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia para um diálogo inicial. O proposta foi levada pelo parlamentar amazonense ao vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), que é presidente do Conselho da Amazônia, em audiência nesta terça-feira (28).
Ramos disse que solicitou uma reunião de Mourão com as organizações. “A proposta foi muito bem recebida pelo vice-presidente e marcará em breve uma reunião extraordinária do conselho com as organizações não governamentais de atuação na Amazônia”, disse o deputado em coletiva de imprensa concedida logo após o encontro com Mourão.
Entre outras coisas, o conselho gerido por Mourão está tentando reverter a decisão de investidores nacionais e internacionais de deixar o País por causa da política ambiental do governo brasileiro. A ideia é mandar um sinal positivo de compromisso com conservação da Amazônia.
A relação do governo Bolsonaro com o terceiro setor não é nada amistosa. O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em diversas ocasiões e sem apresentar evidências do que falava, acusou ONGs de práticas irregulares, inclusive de serem responsáveis por incêndios florestais na região.
Ramos levou o presidente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, para a audiência com Mourão na tarde desta terça.
“Ele (Mourão) recebeu isso (a proposta de encontro com ONGs) muito bem e deve agendar em algum momento uma reunião com as organizações do terceiro setor que atuam tanto na análise dos problemas quanto no desenvolvimento de soluções não só para reduzir o desmatamento e as queimadas, mas também pra trazer prosperidade riqueza na Amazônia”, declarou Viana.
Outras pautas
A audiência do deputado com o vice-presidente também tratou da Reforma Tributária. “Nós apresentamos a ele um estudo feito pela Fundação Amazonas Sustentável com o objetivo de demonstrar a importância do modelo Zona Franca de Manaus como instrumento de preservação do meio ambiente e na certeza de que o desmonte desse modelo econômico, que gera emprego e renda no Amazonas, vai provocar uma avalanche de atividades predatórias para a Amazônia”, disse Ramos.
Outro tema abordado foi a proposta de um “SUS da Floresta”, elaborada pela FAS. “Nas comunidades ribeirinhas não tem médico, você se limita extremamente a atividade do agente comunitário de saúde, você não permite que chegue praticamente nada de atenção de saúde nessas comunidades ribeirinhas. Então, você precisa estabelecer um recorte dentro do sistema nacional do SUS, criar um SUS da floresta”, explicou.