MANAUS – Candidato à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad afirmou que se eleito irá utilizar parte das reservas internacionais do país para investir na criação de empregos e implantação de novas fábricas na área de energia na Zona Franca de Manaus (ZFM). As reservas internacionais do Brasil hoje estão em torno de US$ 370 bilhões, segundo ele, 10% serão investidos na capital amazonense.
O candidato esteve em agenda de campanha em Manaus neste sábado e escolheu um dos principais pontos turísticos da capital amazonense, o Largo São Sebastião, localizado no Centro de Manaus, para fazer discurso aos seus apoiadores.
“Eu quero dizer para vocês que aqui na Zona Franca de Manaus nós tomamos uma decisão acertada que foi prorrogar, mas hoje não basta prorrogar, nós temos que insistir para gerar empregos. Não adianta ter uma zona incentivada sem uma atuação mais firme. Eu quero usar parte das reservas internacionais para trazer empregos aqui para Manaus. Eu vou fazer isso, uma parte das reservas internacionais, limitada a 10%. Mas uma parte das reservas, que é em torno de US$ 20 a US$ 30 bilhões de dólares vai ser para implantar fábricas de ponta aqui em Manaus”, disse Haddad.
Haddad afirmou que irá trazer fábricas de produção de lâmpadas de LED e de painéis solares para a ZFM. “Nós vamos trabalhar para isso, nós vamos trazer a maior produção de lâmpadas LED, a maior produção de painéis solares, nós temos que combinar essas produções e aqui, minha gente, não falta sol. Então nós temos que saber aproveitar o potencial aqui que é enorme para produzir energia a partir do sol e do e vento”, declarou.
BR-319
Ao lado dos candidatos do PT e do PCdoB no Amazonas, Fernando Haddad também prometeu concluir a obra da BR-319 e declarou que apesar de respeitar os impasses em torno do licenciamento ambiental, a demora não é mais justificada.
“Eu vou assumir o compromisso de fazer a BR-319, ela é muito importante para o estado, é um local para escoar produção, além de conectar o Amazonas com o Brasil. Nós vamos ter que insistir nisso com todo o respeito a questão ambiental, mas não vai dar do jeito que está sendo, está muito atrasado essa questão do licenciamento e nós vamos puxar isso para a mesa da presidência para encerrar o processo e conseguir o licenciamento ambiental”, disse.
Para o candidato, tendo a liberação ambiental em 2019, as obras serão retomadas automaticamente. “O recurso não vai faltar para ela ser concluída, a obra está avançada nas duas pontas, mas há todo um miolo para concluir e nós vamos avançar para isso. Eu acho que o licenciamento ambiental termina ano que vem, então as obras serão retomadas ano que vem”, afirmou Haddad.
“Bolsonaro já pode ir se acostumando com a derrota”, diz Haddad
O candidato Fernando Haddad (PT) atribuiu ao senador Aécio Neves (PSDB) a crise política e econômica pela qual o país passou por não aceitar a derrota para Dilma Rousseff nas eleições de 2014, e afirmou que seu principal adversário nas urnas na eleição deste ano, Jair Bolsonaro (PSL), quer trilhar o mesmo caminho.
“O Brasil viveu 12 anos de felicidade, esse povo foi feliz. Bastou o Aécio não reconhecer a derrota que a bagunça começou. E agora o Bolsonaro quer fazer a mesma coisa que o Aécio, não quer reconhecer a derrota. Mas é melhor ele já ir se acostumando com a derrota, por que nós vamos para o segundo turno e aí ele vai aprender a respeitar as mulheres, os negros e os indígenas. Isso eu prometo para vocês”, disse Haddad.
Em entrevista ao programa policial de José Luis Datena, na TV Bandeirantes, nesta sexta-feira (28), Jair Bolsonaro disse: “Não aceito resultado diferente da minha eleição”.
Para Haddad, a principal diferença entre a sua campanha e a de Bolsonaro são as propostas.
“Ele não tem propostas, a única proposta que ele ofereceu até agora foi acabar com o 13° (salário). Nós temos uma concepção diferente de equipe, primeiro que a nossa equipe terá muitas mulheres. O que vai vencer a eleição são as propostas, não é xingamento, não é bravatas, e nós somos a candidatura que mais apresenta propostas”, concluiu.