MANAUS – O governador Wilson Lima (PSC) anunciou que nos próximos dias deve divulgar a data de retorno das aulas do Ensino Fundamental. A declaração foi dada no fim da manhã desta sexta-feira (18), durante o lançamento de um programa de retomada das atividades turísticas no Amazonas.
“Nos próximos dias nós estamos programando o retorno das aulas do sistema público do Ensino Fundamental”, declarou.
Sem citar nomes, o governador disse que aprovará o retorno apesar de algumas pessoas serem contra e “torcerem por uma segunda onda” de contaminação por Covid-19 no Estado.
“Nesse processo, tem muita gente incomodada. Infelizmente, tem uns poucos ali que ficam torcendo por uma segunda onda, que os casos no Amazonas aumentem. Pessoas que não estão preocupadas com o desenvolvimento da nossa região, que ainda padecem”, disse.
As aulas presenciais na rede estadual foram retomadas na capital para alunos do Ensino Médio no dia 10 de agosto. Os alunos do Ensino Fundamental retomariam as aulas no dia 24 do mês passado, mas foram adiadas sem uma nova data para acontecer. No início da semana, Wilson declarou que ainda não havia uma nova previsão do retorno mais amplo às escolas.
No discurso do evento desta sexta, no Centro Vasco Vasques, em Manaus, ao lado do senador Flávio Bolsonaro (RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), filhos do presidente da República, além de autoridades locais e do setor de Turismo do Governo Federal, Wilson defendeu a retomada das aulas como uma forma de assegurar o acesso à educação e, assim, promover a redução das desigualdades sociais.
Ele citou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na quinta-feira (17) que, com base em dados de 2017 e 2018, aponta que cerca de 600 mil famílias do Amazonas conviveram com a fome.
Para o governador, a forma de enfrentar isso é, além de gerar emprego, é ofertar educação aos cidadãos.
“Não é justo ter a Ponta Negra e baladas abertas e as escolas fechadas”, declarou.
As últimas estatísticas da Fundação de Vigilância em Saude (FVS-AM) apontam um aumento das internações por Covid-19 em setembro na comparação com agosto, sobretudo nas unidades privadas. A fundação, no entanto, descarta que isso represente uma segunda onda de infecções na proporção que houve entre abril e maio, quando houve o pico no Estado.
Wilson Lima disse nesta manhã que os novos surtos estão restritos à classe média e que há segurança para a reabertura das escolas dentro dos protocolos estabelecidos pelos órgãos de segurança.
Entidades sindicais que representantes servidores da educação são contrárias à volta às escolas. Elas alegam que há risco aos profissionais, alunos e familiares dos membros da comunidade escolar.
Balanço
Nesta quinta-feira, 650 novos casos de Covid-19 foram confirmados. Onze mortes pela doença foram confirmadas, sendo apenas quatro ocorridas nas 24 horas entre quarta e quinta.
No total, são 129.501 casos confirmados no Amazonas até esta quinta, sendo 46.604 em Manaus (35,99%) e 82.897 no interior (64,01%).
Os óbitos pela doença totalizam 3.931, sendo 2.443 na capital e 1.488 distribuídos nos 61 municípios do interior.
Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há 272 pacientes internados, sendo 182 em leitos clínicos (67 na rede privada e 115 na rede pública) e 90 em UTI (46 na rede privada e 44 na rede pública).
Há ainda outros 55 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 36 estão em leitos clínicos (20 na rede privada e 16 na rede pública) e 19 estão em UTI (14 na rede privada e cinco na rede pública).
Professores
Até a sexta-feira passada (11), a Secretaria de Estado de Educação e Desporto e a FVS-AM testaram 6.626 profissionais da rede pública estadual de ensino que atuam no Ensino Médio, em Manaus. Deste número, 1.976 apresentavam detecção de anticorpos (30% de positividade).
Destes positivos, 1.616 apresentaram IgG, o anticorpo de fase tardia da doença, que aparece depois de pelo menos 15 dias de infecção, período no qual não ocorre mais transmissão. Já os demais 361 servidores da Educação apresentaram IgM, o anticorpo de fase aguda, que demonstra uma infecção recente, entre pelo menos oito e 60 dias. Todos os casos que apresentam anticorpos, independentemente do tipo, estão sendo dispensados das atividades escolares por 14 dias.
Ainda de acordo com relatório da FVS-AM, que engloba o período de 18 de agosto a 11 de setembro, os números indicam que, dos casos notificados com IgG positivo, a provável infecção do vírus se deu por meio de transmissão comunitária, no período de recesso escolar.
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