MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que herdou um prejuízo de R$ 1,5 milhão na Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), que incluem Vila Olímpica de Manaus e a Arena da Amazônia.
Wilson visitou os locais na manhã desta sexta-feira (25) e avaliou que existiu descaso de seus antecessores com o patrimônio público, em razão dos problemas identificados durante o levantamento, como, alojamentos precários, infiltrações, mofo, mobiliário reciclado, depredações, extravios, furtos e falta de segurança.
“No levantamento inicial que fizemos, identificamos o prejuízo de pelo menos R$ 1,5 milhão com vandalismo, falta de conservação e falta de comprometimento com o cidadão”, destacou o governador.
O valor do prejuízo, de acordo com o governador, pode ser ainda maior, já que existem informações desencontradas devido à falta de controle do patrimônio. Em matéria divulgada pela assessoria do governador, Wilson afirma que foram identificados o uso de computadores reciclados, bebedouros que não funcionam por não receberem manutenção há anos, além de itens extraviados ou furtados, como notebooks, televisões, portas de alumínio, lâmpadas, fiação e aparelhos de musculação destinados ao preparo de atletas.
Vila Olímpica
Acompanhado do titular da Sejel, secretário Caio André Oliveira, o governador esteve nas instalações que abrigam os atletas amazonenses que vêm do interior para a capital, visitou o refeitório e constatou a precariedade de todo o complexo.
“A Vila Olímpica, usada também como espaço para prática de atividades físicas como caminhada e corrida, está abandonada. Hoje as pessoas estão sendo assaltadas porque não há segurança. Os vestiários estão em estado deplorável. Tem uma equipe do interior que está participando de uma competição na capital e está em uma situação precária”, avaliou Wilson Lima.
A piscina olímpica está com as obras paradas desde 2015. “Nós já conversamos com o empreiteiro e com a Caixa Econômica Federal (convênio para a realização da obra) e já estamos repactuando esse contrato para que as obras voltem. As obras estão 36% concluídas e a gente espera entregá-las até o final desse ano”, disse o governador.
Arena da Amazônia
Inaugurada em 2014, a arena passou por obras em 2016, mas a situação de alguns setores reflete o abandono do espaço.
“Os vestiários estão com infiltrações. O gramado está em más condições e já começou a ser recuperado para o início do Campeonato Amazonense de Futebol. Levaram daqui da Arena televisores dos camarotes. Dos centros de treinamento levaram torneiras, portas. Uma ação criminosa da parte de quem levou e de quem observou isso acontecer e não tomou nenhuma atitude”, frisou Wilson Lima.
Também foram encontrados problemas estruturais nos vidros (blindex) dispostos nas arquibancadas, sensores de movimento, louças, torneiras e descargas dos banheiros e vestiários, catracas eletrônicas, geradores, elevadores e extintores de incêndio.
Medidas emergenciais
Durante a visita, o governador Wilson Lima adiantou que, além da negociação para repactuar o contrato para retomada da obra da piscina da Vila Olímpica, já determinou reforço na segurança nos espaços e parcerias para obras de reforma e revitalização.
“Nós também fizemos um levantamento para revitalização da Vila Olímpica, como recuperação do pavimento para que as pessoas possam praticar suas atividades físicas. Já providenciamos também o fechamento de algumas entradas da Vila olímpica, para que a gente possa dar um pouco mais de segurança pra quem vai estar ali naquela área. Fizemos algumas parcerias com a iniciativa privada para que a pintura daquela área e para que aconteça também a recuperação do hotel para receber as pessoas que vêm do interior e dar suporte aos atletas.”
Segundo o secretário da Sejel, além da prospecção de parcerias privadas, a pasta também está em busca de outras fontes de recursos.
“Estamos buscando parcerias privadas, emendas orçamentárias na Assembleia Legislativa e com os deputados federais e senadores, buscando convênios com o Ministério da Cidadania, para recuperar os espaços deteriorados, bem como construir novos espaços principalmente no interior, como centros de iniciação esportiva”, informou Caio André.
Problemas complexos
De acordo com o levantamento feito pela atual gestão, no procedimento adotado anteriormente as aquisições feitas pelo estado, para uso da Sejel, entravam no depósito, mas eram encaminhadas para outros destinos (Vila Olímpica, estádios, centros de treinamento ou a própria sede da secretaria) antes de serem catalogadas. Essa prática permitia que equipamentos fossem deslocados e até subtraídos do depósito, sem que qualquer registro fosse feito.
Desta forma, não só na Arena de Amazônia e na Vila Olímpica, como nos estádios Carlos Zamith e Ismael Benigno, centros de treinamento e na própria sede da Sejel foram identificados furtos e extravios de aparelhos de musculação, computadores, aparelhos de ar condicionado, mesas, portas, peças dos sistemas de iluminação, cabos de energia e rádios comunicadores.
Parte do maquinário que está em funcionamento nas unidades apresenta mau estado de conservação e precisará passar por manutenções. Em outros casos, como o dos bebedouros de grande porte (industriais), a manutenção não resolve os problemas ocasionados pela ausência de reparos durante anos, sendo necessária a aquisição de novos equipamentos.
Interior
De acordo com o governador, o interior também receberá atenção especial nas ações de recuperação do esporte amazonense.
“O secretário de esporte está fazendo um programa para que sejam desenvolvidas atividades esportivas por calha de rio. Essa movimentação deve iniciar em breve, preparando os jovens do interior para os Jogos Escolares do Amazonas (JEAs)”, destacou.