MANAUS – O jornal Folha de S. Paulo publica neste sábado (25) uma reportagem em que afirma que a Polícia Federal (PF) identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news.
O texto publicado no site da Folha informa que a descoberta foi feita no âmbito do inquérito sigiloso conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A revelação vem no dia posterior ao anúncio da demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Moro disse que pediu para sair porque Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF para ter acesso a investigações e relatórios da inteligência.
Moro disse que o estopim para a decisão foi a insistência de Bolsonaro em trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, sem uma justificativa aceitável. Valeixo atuou em casos da operação Lava Jato na época em que Moro era o juiz responsável pelo caso.
Segundo o ex-juiz, Bolsonaro queria alguém no comando da PF para quem pudesse telefonar para saber as informações privilegiadas.
A reportagem deste sábado da Folha é assinada por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal. Foi Colon o autor da reportagem que, na quinta-feira (23), revelou em primeira mão que Moro havia pedido para deixar o cargo.
O texto de hoje observa que um dos quatro delegados que atuam no inquérito das fake news é Igor Romário de Paula, que coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Moro era o juiz da operação.
Valeixo foi superintendente da polícia no Paraná no mesmo período e chegou à chefia da PF por escolha de Moro.
“Dentro da Polícia Federal, não há dúvidas de que Bolsonaro pressionou Valeixo, homem de confiança de Moro, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele de 02 e vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos”, escreve Colon na reportagem.
Para o presidente, diz Colon, tirar Valeixo da direção da PF poderia abrir caminho para obter informações da investigação do STF ou inclusive trocar o grupo de delegados responsáveis pelo caso.
“Não à toa, na sexta-feira (24), logo após Moro anunciar publicamente sua demissão do Ministério da Justiça, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo, determinou que a PF mantenha os delegados no caso”, afirma o jornalista.
Até o fechamento deste registro, Carlos não havia se posicionado sobre o tema.
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