MANAUS – Em nota publicada pelo Ministério Público Estadual (MP-AM) na tarde desta quinta-feira (23), o promotor do município de Caapiranga, Daniel Amazonas, contou que os atos de vandalismo praticados por mais de 200 manifestantes terminou “em meia hora de troca de tiros”.
O promotor foi resgatado do município durante a madrugada, depois ser agredido com uma pedrada pelos manifestantes, após uma tentativa frustrada de acalmar a população do município, que tentava invadir a delegacia da cidade para linchar um homem e uma mulher, suspeitos de terem cometido o homicídio de um rapaz.
“Eu estava no pátio da delegacia, jogaram um tijolo na minha direção, aí eu vi que começou aquela chuva de pedras, um policial deu um tiro para o chão, outro um tiro pra cima. Os policiais começaram a atirar pra se defender, não agiram de forma açodada. Foi meia hora de troca de tiros, a própria segurança institucional do MP foi lá, me resgatou, e confirmou que encontraram cápsulas de rifles, balas do outro lado que também atirou, mas o estrago foi grande, destruíram a delegacia”, relatou o promotor.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) confirmou, que durante a manifestação em Caapiranga um homem morreu e outras nove pessoas ficaram feridas. Entre elas, o promotor Daniel Amazonas e o delegado do município.
Abaixo vídeo que mostra manifestantes apedrejando a delegacia de Caapiranga:
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo MP-AM:
Nota Caso/ Caapiranga
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) informa que, com relação aos atos de vandalismo praticados por manifestantes na cidade de Caapiranga, a 134 km de Manaus, o MP-AM atuou, por meio do Promotor de Justiça Daniel Amazonas, titular da Promotoria de Justiça de Caapiranga, na tentativa de conter os ânimos da população e evitar uma tragédia ainda maior.
De acordo com o Promotor, na manhã desta quarta-feira, 22 de agosto, ele foi chamado pelo delegado à delegacia da cidade para negociar com centenas de manifestantes que queriam invadir o local e linchar um homem e uma mulher, suspeitos de terem cometido o homicídio de um rapaz.
O Promotor tentou negociar com a população, a fim de que a polícia pudesse dar continuidade à investigação do assassinato e os manifestantes se afastassem da delegacia, porém, mais de 200 pessoas que eram instigadas por um grupo de 20 populares insistiam em invadir a delegacia para retirar os dois suspeitos.
A situação, que já era tensa, ficou descontrolada por voltas das 17 h, quando a multidão tentou invadir a delegacia atirando pedras. Os policiais deram tiros de advertência e daí, começou a troca de tiros entre manifestantes e policiais. “Eu estava no pátio da delegacia, jogaram um tijolo na minha direção, aí eu vi que começou aquela chuva de pedras, um policial deu um tiro para o chão, outro um tiro pra cima. Os policiais começaram a atirar pra se defender, não agiram de forma açodada. Foi meia hora de troca de tiros, a própria segurança institucional do MP foi lá, me resgatou, e confirmou que encontraram cápsulas de rifles, balas do outro lado que também atirou, mas o estrago foi grande, destruíram a delegacia”, relatou o Promotor.
Após a troca de tiros, populares ainda tentaram incendiar a delegacia jogando bombas caseiras, também fizeram barricadas para impedir a saída de quem estava no prédio.
Depois que a situação foi controlada com reforço policial, o Promotor de Justiça Daniel Amazonas foi trazido para Manaus, escoltado por policiais da segurança institucional do MP-AM, às 2h da manhã desta quinta-feira, 23 de agosto. O Promotor foi atingido por uma pedra, mas não se feriu e passa bem.
A Procuradoria-Geral de Justiça acompanha a investigação da polícia para tomar as medidas necessárias com relação a esse lamentável episódio de violência e vandalismo.