MANAUS – Chamado pela base de Jair Bolsonaro (sem partido) a ajudar na narrativa de que a corrupção nos estados é a responsável pelo desempenho ruim do País no combate à pandemia, o deputado estadual Fausto Junior (MDB) vai ter que explicar na CPI da Pandemia, em rede nacional, por que não pediu o indiciamento do governador Wilson Lima (PSC) no relatório da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), em 2020.
Seja qual for a justificativa do deputado, a oposição à Bolsonaro na CPI da Pandemia no Senado, para contrapor a narrativa da base, vai levantar a tese de que o relator da CPI da ALE-AM foi omisso. Ou seja, de testemunha o parlamentar pode virar até investigado, dependendo dos motivos que os senadores podem apresentar na sessão como possível explicação para o relatório não ter alcançado Wilson.
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira, 28, o senador Rogério Carvalho (PT), que é membro da CPI da Pandemia, deu o tom do que a oposição no Senado prepara para Fausto.
“Amanhã vamos ouvir o deputado que foi responsável pela relatoria de uma CPI que investigou o governador do estado do Amazonas e não o indiciou mesmo com todas as evidências de negligência, como com o fornecimento de oxigênio e no controle da expansão no número de casos. O governo [estadual] largou mão das medidas de prevenção não farmacológicas por pressão que sofreu, e diante disso o resultado que nós vimos foi a explosão de casos no começo deste ano, com milhares de mortos decorrentes da atuação do governo do estado e orientado pelo governo federal”, avaliou o senador petista.
A premissa dos senadores será: diante das irregularidades que o relatório de Fausto apontou, por que Wilson ficou de fora?
Está confirmada para esta terça-feira (29), às 9h, o depoimento do deputado estadual na CPI da Pandemia do Senado.
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