MANAUS – A pecha de comandar o órgão com a pior transparência na Internet forçou o presidente da ALE-AM (Assembleia Legislativa), Roberto Cidade (PV), a correr para se explicar junto ao MPC (Ministério Público de Contas).
Nesta terça-feira (31), o parlamentar informou que iria ao MPC mostrar o que a ALE-AM tem feito para melhorar sua transparência.
“[A gente] vai tentar contestar e mostrar que a Assembleia já está evoluindo na sua transparência e vai evoluir muito mais ainda. Isso eu garanto, enquanto estiver aqui na presidência”, disse Roberto Cidade.
Entre os três Poderes, a ALE-AM é o único órgão que esconde da população a lista nominal de servidores concursados e comissionados, assim como a respectiva remuneração.
A falta de transparência nesse ponto se arrasta por anos.
Esse e outros pontos renderam ao Poder Legislativo do Amazonas o pior índice de transparência na internet entre os poderes estaduais no ranking elaborado pelo (MPC). O relatório foi divulgado na sexta-feira (27).
O Legislativo é o único com transparência considerada mediana, alcançando 55,27 pontos percentuais, no índice que vai de 0 a 100 – quanto mais próximo de 100, melhor é a transparência e quanto mais próximo de 0, pior.
Falta transparência e sobram ‘fantasmas’
O site da ALE-AM não apresenta: Relação dos servidores; Indicação de cargo e/ou função desempenhada por cada servidor; Indicação da lotação de cada servidor; Indicação da remuneração nominal de cada servidor; Existência de informações atualizadas (do ano da pesquisa); e Existência de informações atualizadas (do ano da pesquisa).
A indicação da remuneração nominal é uma cobrança antiga. Foi prometida seguidas vezes pelo então presidente Josué Neto (hoje conselheiro do TCE-AM) e nunca cumprida.
Nesse meio tempo, diversas denúncias de servidores fantasmas em gabinetes de deputados surgiram, inclusive na atual legislatura, presidida por Roberto Cidade.
Foto: Hudson Fonseca/ALE-AM