MANAUS – O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (8) traz a exoneração do coronel Alfredo Menezes da chefia da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O despacho, assinado pelo ministro chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, informa, como já havia declarado Mezenes, que a exoneração foi a pedido.
O DOU, no entanto, não designa um novo titular para o posto, nem um interino. Conforme a assessoria de imprensa da Suframa, quem deve assumir interinamente é superintendente Adjunto de Operações, Luciano Martins Tavares, que está no órgão desde maio de 2019. A nomeação para ele assumir interinamente deve ser publicada ainda hoje. Tavares (na foto acima ao lado de Menezes) também é coronel do Exército reformado.
A demissão de Menezes foi noticiada há uma semana pelo site O Antagonista, mas só foi confirmada dois dias depois pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã da quarta-feira (3). À tarde, Menezes anunciou que tivera pedido a exoneração naquele mesmo dia e agradeceu pelo tempo que passou no órgão, mas não explicou os motivos da saída.
O Antagonista informou que o substituto na pasta seria o general Algacir Polsin, comandante da 4ª Região Militar do Exército, o que não se confirmou até então.
Chegou-se a ventilar que Menezes, por sua vez, assumiria um posto na Secretaria Nacional da Amazônia, ligada ao Ministério do Meio Ambiente, o que ainda não foi anunciado oficialmente.
Um ano e três meses
Padrinho de casamento de Bolsonaro e coronel do Exército Brasileiro, Alfredo Menezes foi nomeado superintendente em fevereiro de 2019. Ao longo do período, acumulou atritos com a bancada federal do Amazonas, sobretudo com o deputado Marcelo Ramos (PL), diante das investidas do governo contra a Zona Franca.
Encabeçou, no Amazonas, o malsucedido processo de criação do partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, e se aproximou do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputado Josué Neto (PRTB). Até então, com o prestígio adquirido pelo cargo e a proximidade com Bolsonaro, ele era apontado como potencial vice de Josué (recém convertido bolsonarista) na disputa pela prefeitura de Manaus.
Em fevereiro deste ano, ao ESTADO POLÍTICO, Alfredo Menezes fez um balanço do seu primeiro ano de gestão na Suframa.
O principal destaque do período, na sua avaliação, foi “a desburocratização, que permitiu o crescimento da atividade econômica”.
“Ele está diretamente ligado às ações do primeiro ano de gestão, nas quais destaco o apoio do presidente Jair Bolsonaro à Zona Franca, que me permitiu inclusive a liberdade para indicar toda a equipe de superintendentes adjuntos, de forma técnica, sem interferências de ordem política; a publicação da Portaria 32 (Portaria Interministerial nº 32), que destravou a análise e publicação dos Processos Produtivos Básicos e permitiu, por exemplo, que abríssemos as portas da Zona Franca para o novo segmento de luminárias LEDs, que deverá injetar milhões de reais em investimento nos próximos anos; o marco regulatório 204 (Resolução nº 204 do Conselho de Administração da Suframa), que melhorou sobremaneira o processo de apresentação, análise, aprovação e acompanhamento de projetos industriais pela Suframa; e o marco regulatório 71 (Resolução nº 71 do Conselho de Administração da Suframa) que estabeleceu novas diretrizes para a destinação, disposição e utilização de lotes do Distrito Agropecuário da Suframa, que vai permitir a criação, por exemplo, do Distrito Bioagroindustrial de Rio Preto da Eva, apontando um vetor alternativo para o desenvolvimento da região”, afirmou ele em nota.
Um dos principais desafios, disse o então superintendente, era a busca pela diversificação do modelo, “mediante a identificação e a promoção de novos vetores e segmentos – tais como piscicultura, turismo, mineração, bioeconomia e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – que possam dinamizar e ampliar a atividade econômica em toda a região”.
“Isso, inclusive, tem sido uma orientação direta do Ministério da Economia e a Suframa tem buscado se articular com todos os seus parceiros para a construção e a viabilização dessa nova visão de futuro para a Amazônia”, declarou à época.