OIAPOQUE, Amapá (Reuters) – O Brasil mobilizou mais de 4.000 soldados para patrulhar sua costa norte, perto da fronteira florestal com a Guiana Francesa, contra o tráfico de drogas, armas e ouro e outros crimes na remota região da floresta amazônica.
A Reuters acompanhou soldados armados com rifles que navegavam pelos rios e costas da Amazônia em embarcações e tanques anfíbios durante dois dias de patrulha nos Estados do Pará e do Amapá, no norte da floresta amazônica.
A polícia, autoridades ambientais e outras agências governamentais também estão envolvidas na missão chamada de operação Ágata Norte.
A operação, que começou em 22 de outubro e deve continuar em novembro, confiscou 146.000 toneladas de manganês, 86 gramas de ouro e várias remessas de madeira não documentada, além de destruir 3.000 plantas de maconha, segundo comunicado do Ministério da Defesa.
“O problema que nós temos maior, que a gente visualiza, que pode se tornar um problema ainda maior no futuro, é a questão do garimpo ilegal e principalmente a questão do desmatamento e dos danos ambientais que ele traz”, disse o general Adilson Giovani Quint, comandante de uma das brigadas de infantaria da missão.
A destruição da floresta amazônica pelo garimpo ilegal, madeireiros e outros criminosos cresceu desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder, em janeiro de 2019.
Bolsonaro tem incentivado a agricultura comercial e mineração na Amazônia, dizendo que ajudaria a tirar a região da pobreza. Ele também enfraqueceu agências ambientais que considera muito zelosas na emissão de multas e destruição de equipamentos ilegais de garimpo e extração de madeira.