MANAUS – O ex-secretário-executivo da Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) no governo de Amazonino Mendes, Adilson Coelho Cordeiro, é um dos investigados pela operação Arquimedes, da Polícia Federal, que teve o objetivo de desarticular esquema de corrupção responsável por extração ilegal de madeira na floresta amazônica.
O MPF (Ministério Público Federal) chegou a pedir, na deflagração da operação, do dia 25 de abril, a prisão preventiva do ex-secretário, mas a Justiça Federal negou o pedido. De acordo com a assessoria do MPF, o órgão já recorreu da decisão.
Na manifestação do MPF referente às prisões, que contém 1.497 páginas, o MPF afirma que Adilson Coelho Cordeiro era classificado pelos investigados, como, “chefão”, “chefe” ou “o cara que manda”.
“Apesar de não ter atribuições diretas no IPAAM, o investigado ADILSON revela possuir amplo poder de comando dentro do instituto ambiental, sendo mencionado por alguns dos investigados como “chefe” (índice 23197965), “o cara que manda” (índice 20626571). Durante a investigação, diversos eventos indiciam esquemas criminosos envolvendo o investigado ADILSON”, diz trecho da manifestação assinada pelo procurador da República Leonardo Galiano, que conduz a investigação no âmbito do MPF.
A operação
A operação investiga a corrupção entre servidores do Ipaam, engenheiros ambientais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.
A PF atua em duas principais frentes de investigação criminal por meio de dois Inquéritos Policiais: a primeira, sobre a extração, exploração e comércio ilegais de madeira, e, a segunda, sobre a corrupção entre servidores de órgão ambiental estadual, engenheiros ambientais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.
Foram expedidos 23 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária, 109 mandados de busca e apreensão cumpridos nos estados do AC, AM, MG, MT, PR, RO, RR, SP e no Distrito Federal, além da autorização de bloqueio de R$50 milhões nos CNPJ´s das empresas investigadas e outras 18 medidas cautelares.
Os investigados responderão, dentro das suas condutas, pelos crimes de falsidade ideológica no sistema DOF, falsidade documental nos processos de concessão e fiscalização de PMFS (Plano de Manejo Florestal Sustentável), extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva e de constituição de organização criminosa.