MANAUS – Um dos cinco presos pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 8, na 2ª fase da operação Sangria, é o ex-secretário de Estado de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias.
Tobias era secretário na ocasião da compra de respiradores pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Em depoimento à CPI da Saúde, o ex-secretário disse que não foi ele quem autorizou a compra, e que na época não tinha mais poder na pasta.
Segundo a Polícia Federal, a aquisição dos equipamentos foi feita de forma fraudulenta e com superfaturamento.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (8), o delegado federal Henrique Albergaria disse que Tobias era uma espécie de “canalizador da alta cúpula do governo”. “Há indícios de participação efetiva dele na formalização e manipulação da compra dos respiradores e consciência do sobrepreço apresentado”, declarou.
De acordo com informações do MPF, o vice-governador, Carlos Almeida Filho, está entre os alvos de buscas.
Contra outro investigado, apontado como homem de confiança do governador Wilson Lima (PSC), foram expedidos mandados de busca e apreensão, mas também de prisão temporária por cinco dias.
De acordo com as investigações, esse homem teria sido destacado pessoalmente pelo governador para intermediar as aquisições fraudulentas de respiradores e financiá-las, tendo sido responsável por indicar a loja de vinhos que vendeu os aparelhos ao Estado.
O vice-governador, conforme as investigações, “tinha grande influência na gestão da Secretaria de Saúde” – pasta na qual atuou durante os três primeiros meses de governo.
Já em relação ao governador, segundo texto divulgado pelo MPF, provas reunidas na primeira fase da Sangria mostram que ele “exercia domínio completo não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também das demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos teriam sido praticados”.
Os nomes dos investigados que não têm foro por prerrogativa de função estão mantidos sob sigilo, a pedido do STJ, assim como os autos da segunda fase da operação.
O outro lado
Em nota, o Governo do Amazonas ressaltou que está contribuindo com a apuração dos fatos pela Polícia Federal e órgãos de controle e que a ação de busca e apreensão, desencadeada nesta quinta-feira (8), envolve, em grande parte, pessoas que já não fazem mais parte da estrutura de governo, bem como servidores que não atuam como ordenadores de despesas ou tenham poder de decisão na estrutura do Estado ou da investigação em questão.
“O Governo do Estado reitera que tem atuado de forma transparente e que confia na Justiça”, destacou.
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