MANAUS – O ex-secretário de Saúde do Amazonas (Susam), Rodrigo Tobias, declarou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), nesta segunda-feira (29), que trabalhou na condição de demitido entre os dia 16 de março e 7 de abril.
Segundo Tobias, ele foi avisado pelo próprio governador Wilson Lima (PSC) de que sairia da pasta.
“Desde o dia 16 até o dia 7 de abril, eu trabalhei em prol do fortalecimento do SUS, no enfrentamento do coronavírus na condição de demitido”, disse Tobias.
O ex-secretário afirmou que apesar de saber que iria sair da Susam, foi surpreendido ao saber por blogs de que sua substituta, Simone Papaiz, já se encontrava em Manaus. Na ocasião, ele disse que tomou a decisão de ligar para Wilson, onde demonstrou que a situação o constrangia. Ele foi demitido no dia 8 de abril.
Tobias afirmou que trabalhava sem a devida confiança do governo. E que chegou a entregar o cargo duas vezes.
O ex-secretário afirmou que nesse cenário, de baixo poder de decisão dentro da Susam, executou projetos que não foram gestados por sua equipe.
“Diante desse contexto, muito das ações que foram desenvolvidas dentro da secretaria foram feitas sem a minha anuência”.
Tobias presta depoimento nesta manhã sobre sua gestão. Mas especificamente sobre a compra de 28 respiradores.
A CPI apura se houve direcionamento na compra. E se o valor dos aparelhos, comprados por R$ 2,9 milhões, foi superfaturado.
A CPI da Saúde é formada pelos deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Jr. (PRTB), Serafim Corrêa (PSB) e Dr. Gomes (PSC). Os quatro primeiros são da bancada de oposição. Gomes é líder do PSC, partido do governador Wilson Lima (PSC).
A Comissão tem como objeto ações da saúde de 2011 a 2020. Nas primeiras três semanas, concentra-se na gestão Wilson Lima, iniciada em 2019.
Foto: José Zamith