MANAUS – O procurador da República, Leonardo Galiano, disse que a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão contra o ex-deputado estadual Orlando Cidade na quarta-feira (10) porque o político teria cooptado servidores públicos para prestarem informações falsas à Justiça Federal.
Segundo o procurador, interceptações telefônicas feitas no âmbito da operação Arquimedes chegaram a conversas entre Orlando e servidores públicos tratando sobre o assunto.
A operação descobriu um esquema de extração e venda ilegal de madeira na Amazônia. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os crimes ocorriam com a participação de servidores do Ibama e do Ipaam.
A assessoria de imprensa de Orlando, em nota, diz que o ex-deputado não tem relação com os crimes investigados pelo MPF.
O que disse o procurador à imprensa, na quarta-feira:
“No curso da operação Arquimedes foram realizadas diversas diligências, e uma delas foi o monitoramento telefônico de investigados. No ano de 2018, foram identificados diálogos do ex-deputado Orlando Cidade com investigados interferindo sobre a produção de relatórios de fiscalização que seriam apresentados para a Justiça Federal em razão de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, no qual houve deferimento da liminar embargando o empreendimento Cooper Peixe. Então, por conta dessa interferência sobre o próprio processo judicial em curso, e também cooptação de servidores com o intuito de elaboração de documentos falsos, dos relatórios que não refletiam a realidade, e licenciamentos fraudulentos, foi necessária a obtenção desse aprofundamento investigativo”.
Abaixo, a nota da assessoria de Orlando:
Em atenção à sociedade e à imprensa, em virtude da extensão da Operação “Arquimedes”, que refletiu sobre sua pessoa, o ex-deputado estadual ORLANDO CIDADE esclarece que não possui conexão com os fatos ou agentes investigados pela mencionada Operação. Que ainda não possui as informações sobre o processo, mas que, mesmo assim, convicto de sua lisura, não ofereceu resistência aos procedimentos operados pela Polícia Federal. Que provará por todos os meios legais sua inocência, idoneidade moral e ilibada conduta com a qual luta pelo setor primário do Amazonas. Ele está a disposição das autoridades.
A Polícia Federal no Amazonas realizou na quarta-feira (10) diligências em Manaus e em Manacapuru para cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Segundo a assessoria da PF, foram cumpridos nesta quarta dois mandados de busca e apreensão em Manaus e dois em Manacapuru.
As investigações da operação Arquimedes realizadas em conjunto com a Polícia Federal (PF) indicaram a existência de verdadeiro balcão de negócios criminosos em torno da concessão e fiscalização de planos de manejo florestal no estado, com a participação de servidores públicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), madeireiros, empresários e engenheiros florestais, entre outros.