Por Lúcio Pinheiro |
A participação do Cientista Político André Lajst em uma palestra na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) terminou em confusão e na prisão de um estudante, na quinta-feira (10).
A presença de André na Ufam motivou protestos antes e durante o evento denominado “I Simpósio Ajuricaba de Liberdade na Amazônia”, realizado no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais (FES).
Entre os grupos que criticaram a presença do cientista político estava o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufam, que acusa André de ser pró-Israel, no conflito com a Palestina.
Por conta deste cenário, André chegou e saiu do evento escoltado por agentes da Polícia Federal. A escolta foi um pedido da própria Ufam.
Durante a palestra, do lado de fora do auditório, um estudante, identificado como Christopher Souza da Rocha, foi detido por policiais federais.
Segundo a Adua (Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas), Christopher é estudante do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas (PPGE-Ufam) e membro do Conselho Universitário (Consuni).
A Adua criticou a prisão, classificando a ação da PF de truculenta.
Em um vídeo gravado antes de ser detido, Chistopher aparece criticando os policiais, que estariam pedindo para ele se retirar do hall de entrada do auditório onde a palestra ocorria. Em um novo vídeo, o estudante aparece sendo levado do local por dois policiais.
Em nota, a PF informou que o estudante foi encaminhado à Superintendência Regional do órgão para prestar esclarecimentos sobre eventual crime de desacato e foi liberado em seguida.
Nas redes sociais, André Lajst lamentou o episódio. E disse que o tema da sua palestra não tinha relação com o conflito Israel-Palestina.
André afirmou que nunca defendeu ideias como genocídio e limpeza étnica. E que ele, sim, foi vítima de antissemitismo.
“Isso é mentira. Nunca protegi essas ideias. Meu avô é sobrevivente do holocausto. Me chamaram de nazista na página do Diretório Central dos Estudantes”, declarou André.
A reportagem entrou em contato com o reitor da Ufam, Sylvio Puga. Ele informou que a instituição ainda apura informações sobre o ocorrido e que vai se manifestar ainda nesta sexta-feira (11).
Nota da Adua
A Diretoria da ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN vem publicamente repudiar a atitude truculenta da Polícia Federal na prisão do estudante do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas (PPGE-Ufam) e membro do Conselho Universitário (Consuni), Christopher Souza da Rocha, que, juntamente com outros e outras estudantes, exercia o direito constitucional de livre manifestação política por ocasião da realização do “I Simpósio Ajuricaba de Liberdade na Amazônia”, no auditório Rio Amazonas da Faculdade de Estudos Sociais (FES), no campus da Ufam em Manaus. Ao mesmo tempo solicitamos ao reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, que interceda junto à Polícia Federal pela imediata liberação do estudante.
Nota da PF