MANAUS – O Governo do Amazonas ainda não sabe se é possível realizar o Festival Folclórico de Parintins este ano, por causa da pandemia do novo coronavírus no Amazonas.
A informação foi dada pelo governador do Estado, Wilson Lima (PSC), em coletiva na manhã desta sexta-feira (5). Segundo ele, o governo não tem informações epidemiológicas seguras que garantam a realização da festa sem agravar o quadro da pandemia no Amazonas, que já é um dos piores do país.
“Todas as decisões têm que ser tomadas com muita segurança, a gente precisa dos números, ainda há muita imprecisão sobre os números. Não conseguimos fazer teste em todo mundo, a gente não tem condições para isso, o mercado não tem condições de fornecer 4 milhões de testes para fazer em toda a população do Amazonas”, disse Wilson.
O Amazonas atingiu na última quinta-feira (4) a marca de 46.473 casos confirmados da doença, com 2.126 nas últimas 24h. Parintins, que foi o primeiro município a registrar óbito pela Covid-19, é a 5º cidade no Estado com mais casos, 2.211, e um total de 58 óbitos.
No total, o Amazonas registrou até quinta-feira 2.183 mortes pela doença.
Sem testes
Como os demais estados do Brasil, o Amazonas não realiza testes em massa da população, o que mostraria o número exato de infectados no Estado. A principal justificativa para isso é que os fabricantes não estariam conseguindo produzir teste suficientes para a demanda de todo o mundo.
Testar toda a população é uma medida importante porque daria segurança para o poder público tomar decisões seguras, como por exemplo, a reabertura total dos comércios e demais atividades, na hipótese do vírus já ter atingido parte considerável dos habitantes do Estado.
Os 46,4 mil casos confirmados oficialmente pelo Estado até o momento representam apenas 1,1% da população do Amazonas, que é de 4 milhões de habitantes. Sem teste, o governo não tem como saber o tamanho da subnotificação.
O Amazonas realiza testes apenas em pessoas que buscam algum atendimento médico. Ou seja, os casos que agravaram. Mas uma das informações que já se tem sobre a doença é que 80% dos infectados apresentam sintomas leves. Enquanto outros são assintomáticos.
“Precisamos entender que o festival folclórico é algo tradicional, que acontece há mais de 140 anos, mas é preciso entender que as pessoas precisam ser protegidas. A gente precisa dos números, entender como vai evoluir, como é que os casos de coronavírus vão evoluir”, afirmou o governador.
Wilson disse que há incerteza sobre o comportamento do vírus em todo o mundo, e como o festival dos bois atrai turistas de outros países, o governo e as agremiações (Garantindo e Caprichoso) precisam levar esse dado em consideração ao tratarem sobre o assunto.
“Se você me perguntar hoje se tem condições de realizar o festival em novembro, no ano que vem, a gente não tem essa resposta, porque a gente ainda não tem a clareza sobre como serão os próximos dias, próximos meses ou os próximos anos com essa história da pandemia”, afirmou Wilson.
Reunião
O governador tem agenda em Parintins nesta sexta-feira. O ESTADO POLÍTICO apurou que fará parte dos compromissos dele uma reunião com o prefeito da cidade, Bi Garcia, e a pauta será a viabilidade da festa dos bois. Tradicionalmente, o festival ocorre no último final de semana de junho.
Wilson disse que qualquer decisão sobre o assunto deve ser tomada em conjunto com as agremiações. Ao final de sua fala, o governador chegou a falar em uma proposta de promover a festa de alguma forma “que não seja aglomerar pessoas”. Não deu detalhes.
“A gente vai conversar com os bois, para que a gente possa construir uma proposta, que não seja de aglomerar pessoas, de colocar pessoas no mesmo espaço. A gente vai ter que entender como vai oferecer um produto para o pessoal da ilha de Parintins e também para as pessoas que são apaixonadas pelos bois, que nesse período do ano esperam a festa”, afirmou Wilson.
Minha opinião é que esse ano não seja realizado o festival,por se puder aí sim vai ser uma catástrofe.