MANAUS – José Ricardo vai para sua terceira campanha majoritária neste ano. Na segunda entrevista da série do ESTADO POLÍTICO com os pré-candidatos a prefeito de Manaus, o petista fala sobre o que pensa para a cidade caso seja eleito e elenca os principais problemas da capital.
Participação popular e transparência são as palavras de ordem da pré-campanha do “Homem da Kombi”, que resolveu enfrentar as resistências ao seu nome dentro do PT e está em busca dos apoios da Rede e do PCdoB.
Zé também quer conquistar votos dos eleitores bolsonaristas e diz que defende bandeiras que acabaram levando Jair Bolsonaro ao poder: família, saúde, emprego, segurança.
Confira vídeo e texto abaixo:
EP – Deputado, faça um diagnóstico breve sobre os problemas fundamentais para serem resolvidos na capital.
JR – Muito bem. Obrigado pela oportunidade para gente conversar um pouco sobre a Manaus nesse momento de pré-campanha política. Manaus é uma cidade que não para de crescer. Então, entendo assim, que é uma cidade que precisaria de um planejamento urbano, um plano para criação de novos bairros, muitos surgem por conta de ocupações, então você tem um problema sério desse planejamento e a falta de uma política de moradia.
O crescimento desorganizado acaba acarretando uma série de outras obrigações posteriores para o Município que envolve transporte, a organização dos bairros. Nós temos um problema sério também que está ligado à mobilidade urbana, a questão do transporte coletivo, que é motivo de reclamação da população pela péssima qualidade e nós temos uma questão gritante que é o saneamento, a falta de água em muitos lugares, saneamento que envolve o esgoto onde a parte pequena do esgoto é tratada, então você tem todos os igarapés poluídos afetando o meio ambiente. E o problema do lixo, que você não tem uma destinação do resíduo sólido e deveria ter uma política ampla de reciclagem de reaproveitamento.
Essas são as questões da estrutura.
Agora, os serviços do município como educação à saúde têm que ter uma intervenção muito grande porque nesses últimos anos não construíram escolas, não construíram unidade básica de saúde, não construíram Cras e Creas para atender a população.
Então, são urgências, necessidades e, portanto, (é preciso) um olhar para a população para os bairros, tem que cuidar dos bairros.
EP – Manaus possui um problema histórico que é a questão dos aluguéis das escolas, gerando custos altos. Dá para resolver isso?
JR – É. Isso é um motivo de denúncia minha, desde a época de vereador e também como deputado estadual, onde nós estamos questionando há muito tempo o fato da prefeitura ter os aluguéis de imóveis, muitos imóveis inadequados para funcionar como escolas, manter por muitos anos.
Num lugar novo, bairro novo, numa ação de não ter uma escola, há necessidade de muitas crianças para serem matriculadas, você alugar provisoriamente algumas instalações adequadas como um comércio para ser escola, isso é possível. Mas, não permanecer.
Então, teria que ter um planejamento para construir logo uma escola nova. Não fizeram isso nos últimos 15, 20 anos. Um terço das escolas municipais são instalações alugadas e algumas precaríssimas. E nesse momento da pandemia não têm as mínimas condições para retornar às aulas, porque não oferecem nenhuma segurança. É lamentável que os governantes que nós tivemos até agora, inclusive o atual, não deram prioridade a construção de escolas e é algo que eu pretendo fazer.
Fazer um planejamento anual de construção de novas escolas, fazer escolas por completo, escolas com quadra, que tem o espaço de convivência, com bibliotecas, e uma escola que tem uma equipe técnica completa, como assistente social, psicólogos e outros profissionais necessários.
EP – Mas o senhor acredita que tem espaço dentro do orçamento para isso?
JR – Para isso tem que fazer um planejamento, porque não dá para fazer de uma hora para outra, você tem que planejar. Quantas escolas podem construir em cada ano? E depois você tem que ver o valor da escola, nós não podemos aceitar esses supercontratos que tem, o pessoal aproveita na hora de uma obra para superfaturar. Então, na hora que você começa a tratar uma escola com preço correto, preço de acordo com mercado, com custo correto, pagar certo a construtora, você vai ter condições de construir mais escolas com menos recursos, pelo menos mais do que estão fazendo hoje.
EP – Como prefeito, como o senhor pretende ampliar a cobertura de atenção básica, que hoje está em torno de 50%?
JR – Nem chega a 50%. Na verdade, a última informação que eu recebi é que ela chega próximo de 40%. A cidade de Manaus, o município incluindo a área rural, área ribeirinha, ela não chega a 40%. Sessenta por cento da cidade não tem atenção básica na saúde, ou seja, não tem UBS, lá não tem médico, clínico geral, não tem pediatra, ginecologista, dentista para atender aquela quantidade da população, ou seja, praticamente mais da metade da cidade, mais da metade da população não tem o atendimento nessa área.
EP – E isso tem um efeito cascata, acaba comprometendo a rede de saúde como um todo…
JR – Em todos os serviços, você tem um agravamento de muitos problemas de saúde. Vou dar um exemplo: ontem (quinta-feira, 5) eu estava conversando com diretor da Fundação Cecon, o doutor Gerson Mourão, e também a doutora Mônica Bandeira e nós estávamos falando sobre as mortes de mulheres vítimas do câncer de colo de útero. Eles estavam dizendo o seguinte: que morrem em média 25 mulheres por mês aqui no Amazonas e boa parte na capital, 70% na capital, por conta desse câncer. E eles disseram que esse câncer é 100% evitável. E por que 100% evitável? Porque você tem vacina. A vacina do HPV que teria que ser aplicada em massa nas escolas, você tem exame preventivo que deveria ser uma rotina, isso o município tem que prover, exames e depois pequenas cirurgias antes de chegar a ser um câncer. Então, ele é, durante esse período de 10 a 15 anos, que é um período que a mulher está pegando esse câncer, 100% evitável. Ela repetiu isso então.
Esse é um exemplo de ações municipais que têm que ser trabalhadas e o custo é baixo. Ela disse ‘a vacina é barata, o que é caro é o tratamento depois se você não teve vacinação e você não teve exames preventivos’. Então, são coisas simples que precisam ser implementadas no município para salvar vidas.
Você tem na sequência toda da saúde, da saúde básica e depois especializada, uma economia muito grande também, você precisa de menos recursos para garantir a saúde da população. Esse é um exemplo, assim, isso vale para várias outras áreas dentro da área da saúde, que você tem condições de implementar com pouco recurso com orçamento que tem hoje o município.
EP – Como é que o senhor pretende resolver a questão do transporte coletivo? É possível oferecer um serviço de transporte bom e não gerar uma passagem cara para o usuário e nem levar o Executivo a injetar dinheiro do contribuinte?
JR – O caso do sistema de transporte, eu acho que é um dos maiores desafios porque você vê, quase todos os governantes que investiram no sistema de transporte aqui em Manaus, o Arthur Neto tá terminando oito anos (de mandato) e ele não alterou esse sistema que nós temos, ele manteve. O Amazonino (Mendes, prefeito entre 2009 e 2012) que ficou antes quatro anos, ele também manteve o contrato não fez um investimento significativo para poder você ter um sistema novo. O Serafim Corrêa (prefeito entre 2005 e 2008) deixou abandonadas todas as plataformas, ele não colocou um centavo, estavam todas destruídas porque veio da época do Alfredo (Nascimento, prefeito entre 1997 e 2004). O Alfredo construiu o Expresso e não terminou. O Alfredo não terminou. Com o Serafim, as plataformas afundando lá, principalmente as pistas, não fez nada em quatro anos nesse sentido. Veio o Amazonino, aí ele mexeu em alguma coisa, mas aí não terminou, falou de um BRT que seria construído na Zona Leste e o Arthur, ele acabou recuperando alguma dessas plataformas gastou R$ 100 mil para cada uma delas, uma pintura que gastaria se R$ 10 mil é muito, superfaturamento e pintou o chão para ter a pista exclusiva lá, né? Só a faixa.
Então, se você pegar quatro anos do Serafim mais quatro do Amazonino mais oito do Arthur são 16 anos, sem falar o Alfredo, mas de lá para cá, vamos à história de corredores, seriam o caminho corredores exclusivos, 16 anos e não fizeram nada.
É urgente cuidar, ter corredor, sim, para poder dar agilidade.
Mas, as empresas, está na hora de começarem a ver esses contratos. Essa história da empresa dizer que não é viável, por que elas não vão embora?
Por que são as mesmas empresas há mais de 20 anos? Como é que é? Não é viável? Se não é viável, já teriam falido e ido embora, mas eles continuam ali. É um grande negócio. Ainda mais quando o prefeito subsidia, foram 61 milhões repassados nesse período e antes tinham incentivo do diesel, o Estado, e que tiveram também o outro incentivo de impostos municipais.
Eu acho que, sim, tem que fazer um estudo melhor uma planilha de custos reais, aberta e transparente e, se é necessário algum tipo de subsídio, quase todas as cidades existem algum tipo de subsídio ou incentivo, você pode também adotar, nenhum problema. Nós temos incentivo fiscal também com as empresas do distrito para gerar emprego, você pode pensar uma planilha onde talvez tenha um incentivo também, mas não dá para aceitar que a empresa não faça a parte dela porque eles não estão contratando novos ônibus, não estão trazendo ônibus novos, não estão aumentando a frota, a frota tá envelhecida.
As empresas não cumprem contrato, então a prefeitura tem que fiscalizar isso aí.
Depois, nós temos que implantar em Manaus, principalmente para os estudantes pobres, começar em uma modalidade de passe livre também. É o que eu defendi na eleição passada, é uma proposta viável. Passe livre para os estudantes de famílias mais pobres, você vai gradativamente ampliando, começa com percentual que hoje chegaria a 10% do total de estudantes que nós temos hoje na meia passagem.
São caminhos para melhorar o transporte e principalmente para garantir direitos para os usuários, nesse caso aí também, da juventude.
EP – Como é que a prefeitura pode fazer para estar mais presente de forma efetiva nos bairros periféricos de Manaus?
Tem uma proposta que eu estou defendendo há muito tempo, eu já vi outros candidatos também que falaram algo parecido, é que na gestão de uma cidade grande como Manaus, em algumas áreas, você vai ter que fazer uma divisão administrativa.
EP – Subprefeitura?
JR – Pode ser chamada de subprefeitura, não importa a nomenclatura. Mas, o quê que acontece, são os serviços de acompanhamento de obras, por exemplo, de recuperação, de reparos de estruturas públicas. Falta cuidar das ruas, cuidar da iluminação, cuidar dos bueiros, cuidar da limpeza, da questão do lixo e outros serviços. Você pode fazer uma reestruturação administrativa, para você ter uma presença mais efetiva de poder público em cada uma dessas regiões ou localidades ou subprefeituras. Isso é possível, eu acho que é necessário, com planejamento, mas tem que ter uma decisão política, tem que olhar os bairros, olhar os bairros mais pobres, os prefeitos não estão se preocupando com os bairros, então têm bairros que falta tudo, uma buraqueira geral, bairros com iluminação tudo escuro, facilitando também a violência, roubos, assaltos.
Parece que os prefeitos se preocuparam com alguns bairros mais nobres, estão sempre recapeando a rua, cuidando e se esqueceram dos bairros mais pobres. Mas, vamos estar cuidando disso. Claro que no Centro da cidade a gente quer trabalhar a recuperação do Centro Histórico para gerar empregos, porque é um ambiente turístico.
Então, você sente nessa parte que envolve um patrimônio histórico com vistas a gerar emprego no turismo, na gastronomia, nas atividades culturais, o mundo inteiro vem para Manaus, que é uma cidade turística. E eu quero apostar muito nisso e cuidar do Centro, mas no Centro para essa finalidade, não para os ricos da cidade usufruírem. O prefeito tem que cuidar de onde o povo mora, cuidar. Cuidar dos bairros.
EP – O senhor citou aí a questão do lixo. A coleta seletiva é muito pequena e restrita a poucos bairros. É possível levar a coleta seletiva para toda cidade e incluir os catadores nesse processo de forma mais efetiva?
JR – Pois é, muitas cidades no Brasil, cidade menores do que Manaus, eles têm uma política de resíduo sólido muito mais avançada. Cidades; que eu não me recordo agora o nome, se não me engano lá em São Paulo, elas chegam a 90% de todo o resíduo sólido, ele é reaproveitado de alguma forma para várias finalidades para reciclagem e uma parte pequena vai para o aterro, mas para chegar nesse nível, isso leva tempo.
São as políticas de resíduos sólidos, você tem que começar um processo de coleta seletiva de vários itens que tem interesse comercial e é possível você ter o reaproveitamento industrial.
Nós não temos, por exemplo, aqui em Manaus, e eu defendo há muito tempo que é o Polo de reciclagem, ele não existe, mas eu defendo ele aqui em Manaus. Tem empresas industriais incentivadas que já utilizam o chamado lixo principalmente papel, papelão. Tem algumas empresas que aproveitam alguns tipos de plástico, mas por que que não cresce mais? Porque não tem uma política municipal, ou seja, fornecimento de matéria-prima, matéria-prima seria o lixo? Então tem que começar.
Eu começaria com a coleta seletiva bairro a bairro, para isso tem que organizar associações que vão administrar isso, e ela gera muito emprego também, na seleção dos materiais, no pré-beneficiamento você tem uma cadeia produtiva, por isso que eu falo polo de reciclagem. A empresa vai produzir o produto final a partir do resíduo sólido, chamado lixo, ela vai ter incentivo, você vai incentivar empresas novas a surgir. Para isso tem que organizar ações, entidades, em bairros ou localidades e depois tem que trabalhar a educação ambiental com a população, porque olha só, muitos produtos residenciais, em condomínios, prédios, edifícios os moradores querem participar, mas eles dizem ‘olha eu tô separando, quando chegar lá o lixeiro vem e leva tudo, é tudo jogado, não tem gente que vem recolher aquilo ali’. Então nós temos que organizar. Nas cidades onde já foi iniciado foi gradativamente crescendo. Acho que Manaus tem todas as condições para fazer isso. Tem que ter a decisão e ela vai fazer parte de uma política ambiental e política de geração de emprego e renda.
EP – Dois problemas que se conjugam aqui na cidade, que são problemas históricos, a questão da degradação ambiental e o déficit de moradias. Como é que o candidato Zé Ricardo vê a questão da ocupação irregular e o que ela ocasiona posteriormente?
JR – Nós temos primeiro o problema habitacional, segundo o IBGE, os dados do final de 2018, teriam em Manaus 129 mil famílias sem casa própria. Nesse universo você tem muita gente que mora de aluguel, muitas famílias, famílias crescem, casamento ampliam famílias e buscam lugar para morar e às vezes não conseguem porque não tem conjuntos novos sendo construídos, depois você tem uma parte das pessoas morando em áreas de risco, áreas degradantes e também beira de igarapé, e você tem uma turma uma parte que está em ocupações irregulares.
Claro que tem gente que se aproveita também da situação.
Então, como não há o poder público organizando a ocupação, fazendo loteamento, tendo novos conjuntos, fazendo comprimentos do plano diretor da cidade, acaba permitindo derrubadas de árvores e devastação em algumas localidades.
Para você enfrentar isso você tem que criar alternativas, você tem que ter projeto habitacional, tem que ter uma política de lotes urbanos. Por que não pode ter lotes? E vender lotes? E não derrubar todas as árvores e tudo mais.
A maioria dos conjuntos particulares, construtoras, eles derrubam tudo. Eu sei que é uma reclamação quando o pessoal ocupa irregularmente e derruba, mesmo assim ainda deixam alguma coisa em pé, mas as construtoras quando vão construir conjuntos é tudo na terraplanagem. Fica só no barro, eles não deixam uma árvore, nenhuma planta, nem raiz.
Então, assim, tem que ter uma política sim, de habitação coerente. Agora, em si a questão ambiental, a arborização, o igarapé a política de saneamento que envolve esgoto, ela é parte de uma política ambiental que nós estamos construindo ouvindo os especialistas tivemos esses dias, por exemplo, uma grande reunião vários especialistas todos nessa área incluindo por exemplo professor Henrique Pereira, da Universidade Federal do Amazonas, já foi um dos presidentes do Ibama, a Luciana Valente, que foi secretaria municipal do Meio Ambiente (gestão Serafim) e vários outros profissionais que falaram das ideias de como cuidar da questão ambiental, desde o Mindu, cuidar do igarapé por exemplo, cuidar da reserva (Adolpho) Ducke e ali nós temos portanto um espaço muito bom para pesquisa, para turismo.
Nós temos aí uma série de propostas voltadas para tornar Manaus esse lugar de referência, lugar verde lugar que as pessoas vêm que é mais agradável. Isso é um trabalho que tem que ser feito junto com a população. Não é a prefeitura que resolve de uma hora para outra, é um desafio porque são anos de descaso, de abandono, de lixo e de esgoto a céu aberto, como a gente vê todos os igarapés.
EP – O senhor é um defensor do orçamento participativo, de uma gestão/mandato compartilhado com o povo, população. Como que seria o prefeito Zé Ricardo nesse sentido?
JR – É. Esse é um dos princípios que nós defendemos que, aliás, são princípios constitucionais. O prefeito, na verdade, ele cumpre aquilo que a Constituição determina que o prefeito tem que fazer e nos princípios que estão tem a questão da participação, participação social, ou seja, ouvir a população, ouvir em relação aos gastos públicos, quanto às prioridades, aquilo que precisa ser feito nos bairros, depois a questão da transparência, da prestação de contas, de você dar satisfação quanto ao gasto em si, quer dizer, quanto de recurso tem? Para onde ele vai? Como estará sendo gasto? Os contratos, as pessoas têm que saber, ‘olha tem um contrato’. Vai fazer uma obra, quanto é que custa? Por que está custando aquele valor? Da onde surgiu esse valor? Então, tem que ter transparência, tem que ter prestação de contas.
As coisas estão muito ligadas à participação e, quando o cidadão participa, ele vai ficar atento, ele vai verificar, ele vai olhar, ele vai, portanto, se interessar mais e com isso ele vai ficar fiscalizando. A prefeitura tem que dar um instrumento para que a pessoa possa acompanhar tudo isso.
É uma ideia, é uma prática que já tem em muitos lugares e que dá certo, porque quem mais sabe dos problemas da cidade é quem mora lá, é a população, é quem mora no bairro.
Então a ideia é ouvir isso. Nós estamos fazendo com o parlamentar, como vereador, como deputado estadual, agora deputado federal. Todo ano a gente procura discutir o orçamento, apresentar emendas, ouvir segmentos organizados em instituições, universidades, instituições de pesquisa, instituições sociais, escolas, pessoal da área da saúde.
Como prefeito, do mesmo jeito, e a prova é a construção do plano de governo que nós estamos fazendo participativo, nós já temos aí contabilizado, até agora, acho que uns 13 ou 14 grupos de trabalho, têm mais de 200 pessoas participando da discussão de várias propostas, nós vamos lançar dia 13 agora esse mês uma plataforma digital onde o povo vai poder participar através dos meios virtuais, redes sociais, mas uma plataforma para isso, para construção do plano do governo, onde todo mundo pode dar sua ideia, suas propostas e falar das questões de determinadas localidades. Esse é o caminho, construir de forma participativa e, depois, fazer uma administração também de forma participativa.
EP – Como seria a sua relação com a Câmara Municipal? Como é que o senhor administraria a relação Executivo/Legislativo?
JR – Eu acho que a Câmara Municipal é um órgão fundamental, é um poder. Seus membros, os vereadores, têm o papel de legislar e nós temos leis importantes, como o orçamento, que é uma lei, você tem a lei de diretrizes, assim como a lei orçamentária, então é um papel legislador.
(O prefeito) tem que ter um diálogo para conseguir aprovar projetos. E (a Câmara) também o poder de fiscalização, então a Câmara Municipal tem esse papel, fiscalizar o executivo e o prefeito precisa ter boas relações com os vereadores, a relação institucional tem que ter clareza. E o diálogo para poder também ouvir vereadores. Os vereadores são aqueles que estão no dia a dia com a população, mais perto, portanto sempre podendo trazer os problemas e também propostas, soluções. Então, nós vamos ter essa mesma relação. Eu conheci como é que funciona a Câmara, estive lá um mandato e meio, foram seis anos. É muito importante o prefeito prestar conta na Câmara, ir lá constantemente, qualquer coisa ir lá tirar as dúvidas de vereadores, não ter coisas polêmicas, ir lá levar toda informação, tem que dar satisfação. O prefeito tem que dar satisfação ao Poder Legislativo, porque é assim que diz a Constituição, tem que dar satisfação ao povo e tem que dar satisfação a quem representa o povo.
EP – Isso valoriza a democracia…
JR – Eu valorizo a representação do povo. Valorizo a democracia, porque a democracia é o governo do povo, é o povo escolhendo. E valorizo o diálogo. Acho que é importante que a gente possa encontrar soluções para problemas. Assim como estou ouvindo as pessoas para construir plano de governo para governar, claro que eu tenho que ouvir os vereadores, ouvir as instituições que estão aí organizadas representando a população.
EP – Eventualmente eleito, o senhor já vai encontrar um governador no poder, o presidente da República que está no poder. Como é que o prefeito vai manejar essa relação institucional com o atual governador? Eu quero saber o que o senhor pensa sobre ele, sobre a gestão dele e com o presidente da República.
JR – Olha, em relação à relação política, todo prefeito tem que ter relação institucional, isso vale em qualquer município. Então, assim, o município, o Estado tem muitas parcerias de ações, algumas que independente do governante, elas são políticas públicas, por exemplo, na área da saúde as políticas de saúde, elas estão basicamente definidas então prefeito, governador tem que executar. Recursos federais, por exemplo, vêm para a saúde, vem já carimbado, dinheiro do Fundeb, dinheiro da educação, dinheiro da merenda, da alimentação escolar.
São recursos que vem o repasse constitucional, tanto do Estado em relação aos impostos chamada transferências estaduais e as transferências federais, elas vêm automaticamente. Então, o funcionamento do município, na gestão municipal básica, funciona independentemente de você está próximo ou não do governador ou do presidente da República.
Agora, muitos investimentos são necessários para Manaus, aí precisa de recursos federais e estaduais. É ideal ter parcerias com o Estado, por exemplo, para fazer obras de grande porte na capital e o município tem sempre o caminho de buscar empréstimos, recursos de fora, tem os empréstimos federais dos bancos de desenvolvimento e tem também do exterior. Precisa ter muita vontade de buscar recursos para realizar esses investimentos e nós vamos estar fazendo isso, estamos já consultando profissionais da área que entendem e as possibilidades que tem para o prefeito eleito, a gente tem caminhos para buscar recursos e investir na cidade.
EP – O atual prefeito já endividou o município com dois bilhões nesses oito anos. O senhor acha realmente que a busca por mais recursos de empréstimos é o caminho?
JR – Por isso que o caminho, primeiro, é você buscar as parcerias, por exemplo, o Governo do Estado tem uma capacidade de endividamento maior do que o Município, porque você tem uma margem maior de valores a serem emprestados que tem por conta da sua arrecadação normalmente uma dívida de longo prazo, ele tem como demonstrar que nesse longo prazo calculado tem condições de devolver o dinheiro do empréstimo. O município com o que sobra para poder realizar investimentos é menor, então ele tem mais dificuldade para conseguir empréstimos maiores para pagamentos a longo prazo. Então, você tem que em primeiro lugar buscar essas parcerias e, último lugar, em outras situações dependendo, porque se você busca recursos em bancos públicos que cobram taxa de juros, às vezes no exterior tem taxa juros menores o Brasil é um dos países que cobra mais juros e eu acho que a dívida do Brasil está se pagando muito acima do que realmente deveria ser, a dívida externa e tal, e lá fora você tem bancos oferecendo recursos com juros muitos mais baixos. Mas são caminhos. O caminho primeiro é você colocar o pé no chão e trabalhar com recursos próprios e parcerias aqui com o Estado e a própria União.
EP – Como que o senhor vê o Estado? Tem algum diálogo com governador? E a bancada federal amazonense? Tem algum ponto em comum?
JR – Eu não sou da base de apoio político do governador, não tenho nenhuma relação política partidária. Eu defendo o Estado, eu busco recursos, como eu consegui muitas emendas parlamentares para o Estado, inclusive para ser executado pelo Governo do Estado. Recursos ali para saúde, para várias instituições como o Cecon, Hospital Tropical, o Hospital Geraldo da Rocha, que tá lá na Colônia, o Alfredo da Matta, recursos para várias unidades de saúde do Estado recursos, por exemplo, para a área da assistência também do Estado, assim como do município, com o prefeito eu não tenho uma relação política com prefeito, mas eu consegui muito recurso para o município de Manaus, conselhos tutelares, para saúde básica, para UBS e vários outros segmentos da área de assistência consegui também.
Então, não importa o governador, é importante que a gente lute, brigue para ter recursos, para melhorar o serviço do Estado.
Só acho que o governador ele precisaria cuidar melhor da saúde, ele não enfrentou, ele manteve a terceirizações, saiu escândalo agora, mais um escândalo na área da saúde, envolve superfaturamento na compra de respiradores para enfrentar pandemia. E ele não coibiu isso, até está sendo acusado de envolvimento, eu não vou julgar isso porque está sendo avaliado, mas o fato de permitir que continue uma terceirização que é tão prejudicial para o Estado e que vem de várias gestões, né?
Quer dizer, o Amazonino não acabou com isso, nem o Braga (Eduardo), nem o Omar (Aziz), pelo contrário, eles ampliaram a terceirização, o Omar. Aí veio o Zé Melo e Zé Melo até caiu por causa disso, o David Almeida também não enfrentou isso, não mudou nada. Nenhum deles e o Wilson Lima acabou também sucumbindo na mesma situação. Nada mudou para área de saúde do Estado. Estava ruim, continua e pelo visto vai piorar por conta da pandemia.
EP – Na sua visão o que que aconteceu dentro do PT aqui, que até um certo momento parecia que a sua candidatura era indiscutível, era um consenso e gente viu que não foi bem assim que aconteceu. Teve uma divisão interna. Isso não enfraquece a candidatura?
JR – O partido, ele tem uma prática, toda eleição qualquer filiado pode querer ser candidato, a vereador prefeito, governador, deputado, é aberto. Nós temos sempre essa prática, aí há disputas, normalmente há disputas. Na eleição passada para prefeito em 2016 também teve disputa, o deputado Sinésio (Campos) botou o nome dele, teve mais alguém que tirou depois e discutimos, teve debate, teve votações, no final meu nome foi confirmado.
Agora, nesta eleição, do mesmo jeito e assim é no Brasil, na maioria dos municípios, você tem discussão aqui no PT tem muito debate, não tem um dono.
No PSB tem dono, no PSD tem dono, no PR, PL agora, tem dono, no MDB tem dono, PSDB tem um dono, e são sempre os mesmos, né? No PT não, no PT você tem muito debate, muita discussão, você tem instâncias.
E o meu nome é esse ano. Na instância municipal tivemos discussão, teve uma votação eu fui o mais votado no primeiro turno dessa votação, mas depois o grupo achou que deveria ter um debate maior, era para ter um segundo turno, uma outra data, acabou o pessoal querendo, que apoiaram o Sinésio, botar logo no mesmo dia e o grupo que me apoiava não aceitou, retirou e não votou e o assunto foi levado para instância nacional. A instância nacional que tinha que dar uma posição, até porque em janeiro desse ano já tinham decidido que nas capitais seria o PT nacional que iria decidir as candidaturas. Então, já estava definido que essa instância estava na decisão. E lá, pela maioria, confirmaram o meu nome, pela questão eleitoral, as possibilidades, a história, a nossa dedicação aqui em Manaus, projetos, tudo isso foi levado em conta para colocar o meu nome. Se tivessem escolhido outro nome, seria outro. É o meu nome, eu aceitei e estou nessa.
EP – E isso já é pacífico dentro do partido aqui?
JR – Está decidido que eu sou candidato. Agora, dentro do partido se tem alguém que, eventualmente, não aceite a gente sempre tem essa dinâmica, né? Quem perde nas decisões normalmente fica à vontade aí para apoiar ou não apoiar. Ninguém é obrigado. Está todo mundo livre.
EP – O senhor espera ter apoio do deputado Sinésio?
JR – Eu espero apoio de todo mundo, né?
EP – O senhor já conversou com ele depois dessa situação?
JR – A gente só teve uma conversa logo depois, e recentemente não conversamos, até porque ele está agora cuidando da organização da campanha no Estado. Porque vários municípios têm prefeitos candidatos a vereadores, ele é o presidente estadual, então ele tem que conduzir as eleições de todo Estado. O assunto principal está resolvido, eu sou candidato, eu espero que me apoie, mas o apoio é da sociedade, nós precisamos do apoio da sociedade, vários segmentos. A cada dia, eu recebo mais manifestações de apoio, ainda não é campanha política, ainda estamos nos organizando fazendo um plano de governo. Estamos nessa luta aí de organização.
EP – O PSB, na semana passada, anunciou apoio à candidatura do deputado Ricardo Nicolau (PSD). Mas, antes, no começo desse ano, havia uma sinalização de que poderia agregar à sua campanha. Teve uma conversa, uma foto publicada do senhor com o deputado Serafim. Mas acabou que isso não se confirmou. O senhor foi pego de surpresa? Isso faz parte de uma aliança nacional, que acabou prejudicando aqui essa possível aliança?
JR – Olha, eu tinha esperança de estarmos juntos. O PSB estava conosco nessa caminhada, porque teve reunião com o presidente estadual, Marcelo Serafim, duas reuniões uma inclusive sábado passado (1º). E eles tinham falado que não iam lançar candidatos a prefeito. Portanto, provavelmente iriam apoiar alguém ou não iriam apoiar ninguém. E eles citaram que poderiam me apoiar nessa candidatura, apoiar o candidato David Almeida que também tinha o procurado, e aí que eu soube que também, o Ricardo Nicolau tinha procurado eles para uma possível aliança. Então, estavam sendo procurados, muita gente conversando com eles, aí tomaram decisão de ficar com Ricardo Nicolau. A nível nacional, têm as questões também, ele já tinha falado que a direção deles a nível nacional iria também decidir os estados e capitais.
O PT nacional tem esse olhar, e lá em Recife, está tendo uma grande disputa porque o PSB queria o apoio do PT e o PT lançou lá a Marília Arraes, que está em primeiro lugar nas pesquisas, tanto que o PT confirmou a Marília Arraes. O PSB, com isso, tomou uma decisão de que não nos apoiaria aqui também. Então, essa política nacional, com certeza, teve uma influência muito grande aqui para não ter essa aliança. É uma pena porque agora o PSB vai para a direita, o PSB que se diz um partido de esquerda está apoiando um candidato de direita, do grupo político que deixou a saúde do Estado, do município em frangalhos, com certeza causador de muitas mortes aí. Então eu lamento que tenha ido para o lado de lá, quando poderia estar aqui, do lado daqueles que lutam para melhorar a saúde no município de Manaus e do Estado.
EP – Do lado “daqui”, como o senhor diz, já tem o PSOL. Quais são os outros partidos que estão dentro do espectro, que há diálogo também para formar uma aliança?
JR – Nós temos agora o PSOL. O PSOL já manifestou o interesse de estar junto mesmo, nós vamos estar essa semana tendo uma nova conversa. Temos a Rede também, tivemos uma conversa com a Rede e há uma grande possibilidade, mas ainda não confirmaram, estão avaliando o quadro político, e o PCdoB também tivemos uma conversa agora recente com o presidente estadual, deputado Eron Bezerra, é uma possibilidade. Eles já lançaram pré-candidatura, mas tinham decidido que, dependendo de uma aliança possível ser feita, poderia estar apoiando também a nossa candidatura.
EP – Isso envolve também o nome do vice?
JR – Ninguém discutiu ainda. Nós estamos numa discussão política no sentido de estarmos juntos numa frente, num bloco e nós vamos ter uma nova rodada de conversas, sábado que vem (15). Então, no decorrer dessa semana, nós vamos ter novos conversas com o PSOL, com a Rede e no final de semana com o PCdoB.
EP – São apenas esses ou tem mais algum outro partido?
JR – A princípio não tem nenhum outro partido que esteja interessado. A gente vê que tem vários partidos aí, pelas notícias, de que estariam já ligados a outras pré-candidaturas, e também tem muito diálogo nacional, esses partidos que eu mencionei, a direção nacional também está dialogando com essas direções, porque há um olhar muito nacional por trás de todos os partidos pensando em 2022, na próxima eleição nacional. Então, muitos partidos já se organizam para as eleições desse ano pensando nas estratégias e apoio de voto para eleição nacional.
EP – Um eventual segundo turno, o senhor passando, o senhor não aceitaria ou aceitaria o apoio de quais desses pré-candidatos que estão aí?
JR – Olha, aceitar apoio a gente aceita apoio, né? Agora, normalmente a discussão política envolve gestão, envolve as práticas. Candidatos que, eventualmente, tem uma prática, uma história que esteja bem distante daquilo que a gente acredita, daquilo que a gente pratica normalmente, não soma muito, né? As pessoas estão vendo, vão olhar muito para esses pré-candidatos, a prática de cada um.
Mas é uma discussão política a ser feita no momento oportuno, um diálogo interno a partir das avaliações que vão ser feitas, os tipos de defesas que vão ser feitas, se o ambiente de candidatura que, eventualmente, tem propostas semelhantes e a forma de administrar semelhante, portanto está defendendo algo parecido, próximo, possa ser um requisito, né?
Mas, por hora não temos nenhuma posição, já que não sabemos nem quem vai ser candidato ainda, oficialmente, já que as convenções vão começar no final desse mês até 15 ou 16 de setembro. Então, depois desse prazo, nós vamos saber quem realmente são os candidatos ou candidatas para a gente poder ter uma ideia melhor do quadro político e claro pensando num possível segundo turno.
EP – Para finalizar eu queria saber como que você vai fazer para conquistar eleitores que não estão dentro do espectro da esquerda. E a gente tem um fator aí esse ano na eleição municipal que é o bolsonarismo no poder. Como é que a sua campanha vai lidar com isso?
JR- Olha em relação à prática ilegal de quem é bolsonarista, claro, você tem que enfrentar fake news. Se essa é prática dos bolsonaristas daqui do Amazonas daqui de Manaus, é lamentável. Defender o governante, defender suas propostas, suas ideias é uma coisa, por exemplo, eu defendo segurança pública, mas eu defendo segurança pública onde a violência não seja um grande ingrediente, nós temos que garantir a segurança e a vida das pessoas, a dignidade.
Então, eu vou defender proposta da cidade. Provavelmente tem pessoas que também apoiam o Bolsonaro, mas que possam apoiar nossas propostas. Eu vou defender a saúde, saúde das famílias. O meu trabalho a vida inteira foi defender as famílias, família onde o pai procura emprego. O trabalho da prefeitura tem que criar condições para promover emprego, para atrair empresas para gerar empregos.
A vida inteira eu venho lutando pela família, pela saúde das pessoas da família, dos idosos, das crianças, lutando pela escola. Então, eu vejo muitas pessoas simpáticas ao Bolsonaro, nessa visão que defendia a família, eu defendo a família, eu acho que as drogas não é o melhor caminho, eu acho que a escola é melhor caminho, eu acho que o trabalho e oportunidade para o jovem é o melhor caminho.
Então, eu defendo isso, provavelmente muitas pessoas que apoiam Bolsonaro vão apoiar nossas propostas, pensando para melhorar a cidade de Manaus.
Agora, aqueles que trabalham nas mentiras aquilo tem que ser combatido, seja quem for, não é só porque é bolsonarismo, pode ser qualquer outra pessoa, mas fake news ninguém pode ganhar eleição com fake news, tem que ser com a verdade, não com as mentiras. Eu espero que candidatos não entrem nessas de mentiras. Críticas é normal. Você quer chamar, por exemplo, quem já foi governante, não pode reclamar se alguém lembrar como foi ruim seu governo. O Amazonino já foi governador, prefeito, com certeza nós vamos lembrar que muita coisa foi prometida e não foi feita, aliás, foi uma das piores administrações.
David Almeida foi governador, teve escândalos. Isso vai ser avaliado, né? Isso é verdade, as coisas que realmente aconteceram e a cidade e o Estado está aí para mostrar como serviços não melhoraram. Agora, não pode ter uma campanha de mentiras, aí não dá.
EP – Por que a sua candidatura é a melhor do que as dos outros pré-candidatos que estão aí? Por que o senhor quer ser prefeito de Manaus?
JR – Eu considero, assim, que eu já venho de uma experiência de vereador, vereador aquele que está no dia a dia do bairro, da cidade com as pessoas. Experiência de deputado estadual, dois mandatos e nós tivemos assim discutindo todas as políticas de saúde, educação e segurança pública, então a gente aprende muito. Eu sou uma pessoa que sempre teve muitas audiências públicas, você ouve as pessoas, você ouve os governantes, você vê as propostas. E eu fui um dos parlamentares que mais apresentei sempre emendas, portanto propostas para o orçamento em todas as áreas.
Então, assim, a gente conhece bastante a estrutura e o funcionamento do setor público da cidade. A cidade é tão grande que sempre tem comunidades novas, mas eu ando na cidade, eu não sou de gabinete, eu não fico escondido. Depois, eu escuto profissionais que entendem mais do que eu. Tenho humildade para ouvir, desde uma senhora lá do bairro que tem muito a me ensinar, até o professor pós-doutorado na Universidade Federal do Amazonas ou da Universidade do Estado do Amazonas explicando alguma coisa que a gente tem que fazer para cidade.
Eu tenho essa humildade de exatamente estar ouvindo as pessoas, que todos têm algo a ensinar o que que tem que ser feito numa administração e é dessa forma que a gente sempre agiu e vai agir como um governante. Então, eu me sinto preparado nesse sentido, preparado para ouvir e colocar em prática as coisas de forma verdadeira e de forma aberta e transparente. Eu vivo me dedicando ao trabalho da política, significa o bem comum, eu não tenho outro emprego e outro trabalho. Eu só tenho uma profissão, eu economista, sempre trabalhei, então, se eu sair amanhã da política, eu tenho minha profissão para trabalhar. Não estou na política para ganhar dinheiro, para encher o bolso, mas se dedicar para melhorar a vida da cidade de Manaus. Essa é a razão da gente está aí de novo candidato, sem compra de votos, sem ficar enganando ninguém, mas sendo verdadeiro e apresentando proposta de projetos que possam realmente cuidar do povo, cuidar dos bairros e cuidar da cidade.
Foto: Câmara dos Deputados