Por Lúcio Pinheiro |
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), comentou nesta quinta-feira (9) a negativa dos vereadores em autorizar que a prefeitura empreste R$ 600 milhões do Banco do Brasil.
Para David, a decisão da Câmara Municipal de Manaus (CMM) prejudicou a população. Na fala, o prefeito listou os projetos que pretende executar com o empréstimo.
David prometeu reenviar o pedido de autorização para fazer a operação bancária e disse esperar que os vereadores que votaram contra revejam seus votos.
“Foi uma votação triste, um dia triste para a população, para a cidade de Manaus. Mas que nós vamos através da própria população reverter. Eu vou reenviar para a Câmara, mostrar que a votação não atendeu os interesses da população… Espero que os vereadores que votaram contra revejam sua posição”, disse o prefeito.
Segundo David, Manaus não tem recursos para fazer investimentos se não for por empréstimos. De acordo com o prefeito, a operação de crédito permitiria, por exemplo, desassorear igarapés, construir unidades de saúde, creches e asfaltar 2 mil ruas.
Ao final de sua fala, David disse que a votação atendeu interesses que não são os da população de Manaus. “Nessa votação, outros interesses foram atendidos, não os da população”, afirmou.
Leia abixo a íntegra da fala de David:
“A prefeitura tem saúde financeira, segundo a Firjan, Manaus é a segunda cidade do Brasil com o melhor equilíbrio fiscal. A única avaliação que nós não temos nota 10 é na liquidez. O que é liquidez? Dinheiro em caixa para investir. Em função de que? Do endividamento da cidade. Não quero aqui criticar a gestão anterior, muito menos a gestão da Câmara. A gestão anterior contraiu empréstimos e endividamento de R$ 2,7 bilhões. Em 8 anos amortizou R$ 1.083 bilhão. Na nossa gestão, em apenas 3 anos, eu já paguei, desses R$ 2,7 bilhões, R$ 1,9 bilhão. E eu já tinha emprestado R$ 1,1 bilhão. Então, o meu empréstimo eu já paguei. Eu não endividei a prefeitura, eu herdei. Para fazer investimento, a prefeitura não tem dinheiro. Nós temos para pagar as contas, os contratos, os servidores. Mas falta, por exemplo, dinheiro para investimento. Vamos lá, dentro desses R$ 600 milhões, o que nós tínhamos lá? Asfaltar mais 2 mil ruas. Não foi ao prefeito que foi negado. Foi à população. Teve uma votação em que a população foi prejudicada pelos seus representantes. Essa é uma realidade, não tem como fugir disso. A questão fiscal, não tem [o que falar], a questão financeira, não tem [o que falar]… Nós mapeamos 12 igarapés que precisam de desassoreamento. Porque vai chover e alagar as casas. Esse empréstimo, R$ 70 milhões era para fazer isso. Em janeiro, vai chover. Tem as voçorocas, as erosões, R$ 50 milhões era para fazer voçorocas. Tinha a construção da primeira praça da Bíblia, votaram contra a praça da Bíblia. Tinha 4 UBSs porte 4. Votaram contra a saúde. Tinha 4 creches. Votaram contra as crianças. E as senhoras, as mães para deixar os seus filhos. É isso que aconteceu. Sem falar que nós deixamos de gerar 8 mil empregos. Não prejudicaram a mim. Esse prejuízo foi para a população. Por exemplo, 42 terminais de ônibus que nós temos nos bairros. Votaram contra os terminais de ônibus. Vou entender isso como? Foi uma votação triste, um dia triste para a população, para a cidade de Manaus. Mas que nós vamos através da própria população reverter. Eu vou reenviar para a Câmara, mostrar que a votação não atendeu os interesses da população… Espero que os vereadores que votaram contra revejam sua posição. Nessa votação, outros interesses foram atendidos, não os da população”.
As declarações do prefeito foram feitas durante a inauguração da praça molhada do Cajual, localizada na alameda São Benedito, no bairro Morro da Liberdade, zona Sul. Essa é a primeira de 15 praças molhadas que serão entregues na capital, informou David.