MANAUS – Dirigentes de empresas médicas reuniram médicos e enfermeiros, na tarde desta sexta-feira (19), para cobrar um calendário de pagamento do Governo do Amazonas. Os profissionais também reclamam melhores condições de trabalho.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas (Simeam), Patrícia Sicchar, que é sócia de uma empresa que tem contrato com o governo, o estado precisa fechar um calendário de pagamento das empresas, uma vez que, segundo ela, não há data definida.
“Não é de agora. Cada ano a gente vem, expõe a dificuldade que a gente passa, mas chegamos em uma situação limite”, reclamou Patrícia. O ato dos médicos foi realizado na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas, em Manaus.
O diretor Instituto de Cirurgiões do Amazonas (Icea), José Francisco, disse que o governo tem dívidas desde 2016 com a empresa, e que os médicos precisam receber. Esse ano, segundo o médico, o Icea tem em aberto os meses de maio e junho.
O médico confirmou uma informação já divulgada pelo governo, de que no contrato com o Estado, há uma cláusula de que os pagamentos podem atrasar até 90 dias. Mas disse que o certo é que a empresa médica receba pelo serviço em dia.
“O contrato deveria ser cumprido normalmente. A partir do momento que você termina, executa e cumpre o contrato, no mês seguinte deveria ser pago. Agora existe uma colocação feita dentro do contrato que o Estado pode atrasar até 90 dias. Isso deveria ser uma excepcionalidade, só que virou uma rotina”, disse o cirurgião.
A presidente do Simeam em exercício disse que há uma indicação de que o governo pague o mês de maio das empresas até o dia 30. Caso não ocorra, ela disse que os serviços podem ser paralisados.
Outro lado
Em nota, o governo defende que vem pagando 17 empresas médicas com regularidade, e que o prazo superior a 30 dias para conclusão dos pagamentos é normal dentro do fluxo burocrático dos órgãos que gerenciam o orçamento.
Segundo o governo, neste primeiro semestre, o total de recursos destinados às 17 empresas ultrapassa os R$ 200 milhões. E que parte desse valor contempla até dívidas de gestões passadas (Abaixo a lista das empresas e os valores pagos, segundo o Estado).
Sobre a ameaça de paralisação, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que não vê razão para a medida, e que vem mantendo diálogo aberto com as empresas médicas.
Quanto cada empresa recebeu em 2019, segundo o governo:
1. Anesiologistas Associados/Instituto dos Anestesiologistas – R$ 24.615.849,56
2. CAN – Clínica Amazonense de Neurocirurgia Limitada – R$ 220.911,95
3. Cardiobaby – Clínica de Cardiologia Pediátriac – 4.727.113,61
4. CNA – Clinica Neurocirurgica do Amazonas – R$ 2.592.932,65
5. Cooap – Sociedade de Pediatria Clínica do Amazonas – R$ 7.768.148,78
6. Coopaneo – Soc. Pediatrica de assist. de Neontatologia do Am – R$ 17.290.320,06
7. Coopat – Instituto de Terapia Intens. Do Estado do Am – R$ 24.474.898,99
8. Cooped – Socied. Dos Pediatras do Estado do Am – R$ 12.560.499,61
9. Coopeclin – Socied. De Clinica Médica do Am – R$ 16.376.144,02
10. Icea- Instituto de Cirurg. do Estado do Am – R$ 25.109.459,21
11. Igoam – Inst. Dos Ginecologistas e obstetras do Am – R$ 21.472.352,20
12. Imed – Inst. Medico de Clinic. e Pediatria do Estado do Am – R$ 22.920.778,36
13. SAPP – Sociedade Am. de Patologias Pediátricas – R$ 2.611.138,14
14. Socceam – Cirurgia Cardiovascular do Am – R$ 2.156.145.53
15. Uninefro – Befrologistas Associados do Am – R$ 1.650.148,67
16. Univasc – União Vascular dos Serviços Médicos – R$ 3.192.165,04
17. Itoam – Inst. de Traumato Ortopedia do Am – R$ 14.131.828,92