MANAUS – Para uma plateia formada por políticos e empresários, em São Paulo, o governador eleito do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que vai receber o governo com um rombo de R$ 1,5 bilhão. “Nós vamos iniciar o ano de 2019 com um déficit de 1,5 bilhão o que é muito preocupante”, disse Wilson Lima.
A declaração do governador eleito foi dada durante a sua participação, e a do vice-governador eleito, Carlos Almeida (PRTB), na reunião anual do Movimento Brasil Competitivo (MBC), informou a assessoria do futuro governador do Amazonas. O evento discutiu as melhores práticas na gestão pública, reunindo, entre outros, governadores eleitos e empresários.
Tanto Wilson Lima como membros do seu futuro governo têm manifestado preocupação com as finanças do estado. Também nesta quarta-feira (5), o deputado estadual Luiz Castro (Rede) criticou as contas do governo e disse que a publicidade sobre as finanças da gestão de Amazonino Mendes (PDT) que está sendo exibida nos veículos de comunicação é enganosa.
“Não é verdadeiro o quadro que o atual governo tenta colocar. Com se estivesse tudo muito bem, muito maravilhoso, e não está. A situação, de várias áreas, está extremamente complicada. A saúde pública é a mais complicada de todas. Mas temos muitos problemas na área de segurança, na educação, na infraestrutura, com obras que foram paralisadas”, disse Luiz Castro, em discurso na Assembleia Legislativa (ALE-AM), na manhã desta quarta-feira (5).
Em uma das peças veiculadas pela gestão de Amazonino neste início de mês, o governo sustenta que o governador fez o dever de casa. Como exemplo, fala das 3,5 mil promoções dadas a professores e pedagogos.
A propaganda do governo defende ainda que houve nestes 14 meses a retomada de obras paradas, como a duplicação da AM-070. Na área da saúde, sustenta que abriu 379 novos leitos. “O Amazonas está avançando. O atual governo cumpriu o seu dever”, diz um trecho do texto da campanha publicitária.
Defesa da ZFM
De acordo com a assessoria, Wilson Lima discursou no evento em São Paulo, ainda, sobre desenvolvimento do interior do Estado e do investimento em segurança, principalmente na região de fronteira. Destacando também o potencial do Amazonas com sua rica biodiversidade e a importância da Zona Franca de Manaus para o país.
“É um modelo que tem sido muito atacado, muito afrontado. Precisamos garantir a Zona Franca e ao mesmo tempo desenvolver outras matrizes econômicas como o turismo, por exemplo, que é uma fonte de riqueza que não degrada o meio ambiente. Mas para isso a gente precisa ter estrutura”, disse Wilson, informou a assessoria.
No evento, Wilson Lima e os demais governadores ainda discutiram os desafios da gestão de pessoas no setor público, o processo de modernização tecnológica dentro dos órgãos públicos e a importância de estabelecer parcerias como o setor privado.
Wilson Lima afirmou que é preciso ampliar parcerias com o setor privado e com isso ganhar eficiência na gestão pública.
“Existem empresas do Polo Industrial de Manaus que já fazem parcerias com escolas particulares. Em uma das visitas eu perguntei por que não faziam com as escolas públicas e eles disseram que nunca foram procurados”, disse o futuro governador.
Durante o encontro foi lançado o observatório de Transformação Digital, resultado de uma parceria entre sociedade civil, setor empresarial e governo federal, para garantir a participação da população nas políticas públicas que tratam do tema. A ferramenta vai possibilitar o acompanhamento de diversas ações em curso no Brasil.
O encontro reuniu outros quatro governadores eleitos: Rodrigo Rollemberg (DF), Romeu Zema (MG), Eduardo Leite (RS), Renato Casagrande (ES) e o atual governador do Espírito Santo, Paulo Hartung-, além do Secretário de políticas digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e do Secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação do Ministério do Planejamento, bem como empresários e parlamentares.
Na ocasião, foi apresentado o estudo “Desafios da Gestão Estadual” que será publicado nesta quinta-feira (6) na Revista Exame. Ele mostra o que as 27 unidades da federação conseguiram — entre altos e baixos — melhorar em dez anos.
O Movimento Brasil Competitivo foi criado em 2001 pelo empresário Jorge Gerdau e atua como mobilizador entre os diferentes setores do país na busca pela excelência em gestão e melhoria da competitividade brasileira.