MANAUS – Em rota de colisão com o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), o governador Wilson Lima (PSC) anunciou em live, no Facebook, na última quinta-feira (28), que irá transferir seu gabinete para bairros da periferia da capital amazonense, como parte do programa intitulado “Muda Manaus”.
Segundo o governo, a medida faz parte de uma ação para aproximar serviços da população, que já ocorre em outros municípios, e agora chega a Manaus. O programa será lançado no próximo dia 5, à menos de um ano das eleições municipais, e em um momento onde a relação do governo estadual com o gestor municipal azedou de vez.
Na semana passada, na abertura de uma feira, em Manaus, Arthur evitou cumprimentar Wilson. Em ato contínuo, ao iniciar seu discurso, o governador não citou os nomes do prefeito e da primeira-dama Elisabeth Valeiko, ao cumprimentar as autoridades presentes.
Na noite anterior, 26, foi divulgada a informação de que a Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM) indiciou dois enteados de Arthur no inquérito da morte do engenheiro Flávio Rodrigues. Um deles, Alejandro Valeiko, foi indiciado por homicídio, por omissão. Paola Valeiko foi indiciada por fraude processual.
Na live, no Facebook, que foi ao ar um dia depois de Wilson e Arthur se evitarem em público, o governador disse que “Manaus precisa avançar”. O primeiro bairro a receber o “Muda Manaus” será o Mutirão, na zona Norte. “Vou ficar três dias despachando no Mutirão, conversando com as lideranças comunitárias. Quem quiser falar com o governador vai ter que ir lá, vou estar conversando com as pessoas lá no bairro Mutirão”, afirmou o governador.
“A gente tem recebido uma demanda muito grande do quanto a cidade de Manaus precisa avançar de infraestrutura, de cidadania, porque a gente vai lá também emitir carteira de trabalho, identidade, registro de nascimento, liberando crédito da Afeam, fazendo reforma dos prédios do estado, enfim, será uma série de atividades realizadas durante esses dias que o governo do estado irá instalar seu gabinete lá. E essas serão ações que irão permanecer na comunidade. O estado vai deixar lá um legado”, disse Wilson.