MANAUS – Na reunião ministerial realizada no dia 22 de abril, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), classificou Arthur Neto (PSDB) como “bosta do prefeito de Manaus”.
A declaração exaltada de Bolsonaro ocorreu quando ele critica as decisões de prefeitos e governadores no enfrentamento à pandemia.
“O bosta do prefeito de Manaus fica abrindo cova coletiva”, dispara Bolsonaro.
Mais à frente, Bolsonaro fala que conhece Arthur desde sua época de Congresso Nacional.
“Conheço a ideologia dele e o que ele prega e o que ele sempre foi. Ele está aproveitando agora um clima desse para levar terror ao Brasil”, afirma Bolsonaro.
Ministro libera vídeo
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o acesso ao vídeo da reunião ministerial realizada no dia 22 de abril, no Palácio do Planalto.
A decisão foi tomada no Inquérito (INQ) 4831, em que se apuram declarações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro acerca de suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal. Com a decisão, qualquer cidadão poderá ter acesso ao conteúdo do encontro de ministros com o presidente Jair Bolsonaro.
O decano autorizou, ainda, o acesso à íntegra da degravação do vídeo. A única restrição imposta foi a trechos específicos em que há referência a dois países com os quais o Brasil mantém relação diplomática, como a China.
As restrições impostas por Celso de Mello atendem a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), ambas contrárias à divulgação do conteúdo na íntegra. A PGR defendeu que se tornassem públicas apenas as falas de Bolsonaro na reunião que tivessem relação com o inquérito. A AGU defendeu que todas as falas do presidente se tornassem públicas. Já a defesa de Moro defendeu a divulgação na íntegra do vídeo, que deixaria claro o “tom autoritário” de Jair Bolsonaro.
Segundo relatos da reunião, o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) culpou a China pela pandemia de coronavírus, o ministro Abraham Weintraub (Educação) atacou ministros do STF no encontro e a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) defendeu a prisão de prefeitos e governadores.