Da Redação |
Em resposta ao posicionamento do Governo do Amazonas de informar que só negocia o pagamento de datas-base atrasadas com os educadores se os profissionais encerrarem a greve, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteam) divulgou uma nota afirmando que “ilegal” é não pagar os reajustes previstos em lei.
“ILEGAL é descumprir a data-base e as progressões por titularidade e por tempo de serviço de servidores que se dedicam ao máximo para ensinar filhos e filhas dos amazonenses que pagam seus impostos em dia. ILEGAL é não negociar com o sindicato legítimo de uma categoria, mesmo após inúmeras tentativas de diálogo. Diga-se de passagem que tanto o reajuste salarial quanto as progressões são previstos em Lei, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, desde 2013”, diz trecho da nota.
Em nota divulgada no final da tarde desta terça-feira (23), o Governo do Amazonas classificou a greve dos educadores de ilegal e afirmou que só retoma as negociações quando os professores retornarem ao trabalho.
“Sobre a negativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), em encerrar a greve iniciada no dia 16/05, ação considerada ilegal pela Justiça do Amazonas, com multa diária no valor de R$ 30 mil, e que tem prejudicado milhares de estudantes, o Estado informa que só retomará a roda de negociação com os representantes da categoria quando os professores retornarem às salas de aula”, diz trecho da nota do governo.
Os professores farão um ato nesta quarta-feira (24) na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM).
Leia abaixo a nota do Sinteam:
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) vem a público esclarecer que ILEGAL é descumprir a data-base e as progressões por titularidade e por tempo de serviço de servidores que se dedicam ao máximo para ensinar filhos e filhas dos amazonenses que pagam seus impostos em dia. ILEGAL é não negociar com o sindicato legítimo de uma categoria, mesmo após inúmeras tentativas de diálogo. Diga-se de passagem que tanto o reajuste salarial quanto as progressões são previstos em Lei, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, desde 2013.
A liminar a que o Governo do Estado se refere não é definitiva. Cabe recurso e o sindicato está cuidando judicialmente desse assunto. Aliás, a Justiça deveria, sim, cobrar o cumprimento da lei e não criminalizar os trabalhadores que estão cansados de esperar que o chefe do executivo faça isso.
O governo não tinha contraproposta para oferecer no dia 18 de maio, 71 dias após receber a pauta de reivindicação dos trabalhadores. O único desejo deles era a suspensão da greve, mas erram ao impor isso a uma categoria desvalorizada, sem o cumprimento de seus direitos e que está disposta a lutar por melhorias salariais.
Eles alegam que houve redução de arrecadação nos primeiros meses de 2023. Mas escondem que em 2022, o Estado do Amazonas BATEU TODOS OS RECORDES DE ARRECADAÇÃO e, mesmo assim, não pagou o reajuste de 10,54% previsto em lei, e nem o retroativo das datas-bases 2020 e 2021.
A inflação de 2023 é menos da metade da de 2022 (4,65%) e o reajuste precisa, SIM, SER CUMPRIDO.
Portanto, o Governo precisa explicar pra onde foi esse dinheiro que não chegou aos salários dos trabalhadores em educação.