MANAUS – A Folha de São Paulo informa na tarde desta quarta-feira, 2, que em um grupo de secretários de saúde Marcellus Campêlo enviou mensagem na qual alerta para a politização da pandemia e diz que é necessário que reajam de alguma forma.
“Senhores, estava em viagem quando recebi a notícia de uma operação da PF em Manaus. Estou retomando agora para lá. De modo a manter a integridade deste grupo, sairei e aguardarei lá os próximos passos. Deixo o alerta quanto a politização da pandemia, com intenção de mandar a conta aos governos estaduais e especialmente aos secretários. Há de se fazer algo. Boa sorte e sucesso a todos!”, escreveu o secretário de saúde do Amazonas, segundo a Folha.
Após a mensagem, Marcellus saiu do grupo.
Na manhã desta quarta, foi deflagrada a quarta fase da operação Sangria. Desta vez, o alvo da investigação é o contrato do hospital de campanha da Nilton Lins. Mandados de busca e apreensão e prisão foram cumpridos em Manaus. Em um dos endereços, a Polícia Federal foi recebida a tiros.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e relator do caso, Francisco Falcão, autorizou a prisão temporária de Marcellus.
Depois da Polícia Federal não localizar o secretário em endereços de Manaus, a subprocuradora da Procuradoria Geral da República (PGR), Lindora Araújo, afirmou que Marcellus era considerado foragido.
A subprocuradora é a responsável pela investigação na PGR.
Outro lado
Em nota sobre a 4ª fase da operação Sangria, o Governo do Amazonas informa que tem “total interesse que os fatos relacionados às investigações em curso sejam esclarecidos”. E que o governador, Wilson Lima (PSC), “está convicto de que não cometeu qualquer ilegalidade e que confia na Justiça”.
Segundo a nota, é determinação do governador que, no combate à pandemia, os gestores estaduais empreguem todos os esforços possíveis para “preservar a saúde do povo do Amazonas”, “sempre pautando as ações públicas pelos princípios da legalidade e da transparência”.
Secretário estava viajando, diz governo
Sobre o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, a nota informa que ele encontrava-se em viagem particular, previamente comunicada ao governo. E que ao saber que era alvo da a operação realizada nesta quarta-feira, 2, retornou a Manaus para se apresentar à Polícia Federal.
O governo ressalta que “o secretário sempre esteve à disposição da Justiça, tem convicção de que sua administração tem atuado de forma correta, dentro da legalidade e da transparência”.
À pedido da subprocuradora da Procuradoria Geral da República (PGR), Lindora Araújo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, determinou a prisão de Marcellus.
Durante sessão do STJ, na manhã desta quarta, Lindora afirmou que Marcellus era considerado foragido.
Operação da PF contra Wilson Lima e cúpula da Saúde cumpre 6 mandados de prisão
Leia abaixo a íntegra da nota:
O Governo do Amazonas informa que é de total interesse do Estado que os fatos relacionados às investigações em curso sejam esclarecidos. O governador Wilson Lima reitera que, desde o início da pandemia de Covid-19, sua gestão está voltada a preservar a saúde do povo do Amazonas e a salvar vidas, tendo determinado aos gestores estaduais que empreguem todos os esforços possíveis com esse objetivo, sempre pautando as ações públicas pelos princípios da legalidade e da transparência.
Desta forma, todos os investimentos feitos pelo Estado no enfrentamento da pandemia têm obedecido os trâmites legais de contratação de bens e serviços, sendo acompanhados de perto inclusive pelos órgãos de controle e também com prestação de contas sobre os gastos rigorosamente detalhados no Portal da Transparência.
O governador Wilson Lima reafirma que se mantém à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos sobre as ações de seu governo e reitera que está convicto de que não cometeu qualquer ilegalidade e que confia na Justiça.
O Secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, encontrava-se em viagem, de interesse particular, devidamente comunicada ao Governo do Estado, retornou a Manaus logo que tomou conhecimento da operação para se apresentar à Polícia Federal e prestar todos os esclarecimentos necessários.
O secretário sempre esteve à disposição da Justiça, tem convicção de que sua administração tem atuado de forma correta, dentro da legalidade e da transparência.