MANAUS – Alvo da “Operação Comboio”, realizada na terça-feira (29) pelo Ministério Público Estadual no Amazonas (MP-AM) e a Polícia Federal (PF), o agora ex-secretário de Segurança Pública, general Carlos Alberto Mansur divulgou na quinta-feira, 31, uma carta aberta à população onde diz acreditar na justiça e que “a verdade virá à tona com a maior brevidade”.
“(…) diante dos fatos ocorridos nos últimos dias, reafirmo o meu compromisso com a legalidade, levando comigo a consciência tranquila de que dei o meu melhor em prol do sistema de segurança pública do Estado do Amazonas. Acredito na justiça e sei que a verdade virá à tona com a maior brevidade”, diz Mansur em trecho da Carta Aberta.
Mansur estava à frente da SSP-AM desde 2021 e foi exonerado na noite de terça-feira. A operação que teve o general como alvo investiga uma suposta organização criminosa, composta por servidores públicos do setor de Segurança, que utilizava a estrutura do Estado para angariar dinheiro e bens de forma ilícita, por meio de crimes como extorsão e peculato (subtração ou desvio, mediante abuso de confiança, de dinheiro ou coisa pública). De acordo com os investigadores, a organização criminosa é composta por policiais militares e civis que atuam na cadeia de comando da SSP-AM (Secretaria de Segurança). Segundo o MP-AM, os servidores se aproveitam de informações privilegiadas, para em seguida agir de forma criminosa para obter vantagens.
Na Carta, o general inicia agradecendo ao governador Wilson Lima “pela confiança” nele depositada no período em que esteve à frente da SSP-AM. No tempo que esteve chefiando a Secretaria, Mansur afirma ter atuado com “dedicação, ética, integridade, comprometimento, transparência”, buscando ampliar “a sensação de segurança da população amazonense”.
O ex-secretário de Segurança lembra que, como oficial do Exército Brasileiro, cumpriu 44 anos e seis meses de “extrema dedicação”, alcançando os mais altos postos. “Em nenhum desses momentos jamais manchei a minha imagem e a do Exército Brasileiro”.
Segundo os investigadores, nos crimes investigados, os servidores utilizavam da estrutura da SSP-AM, como viaturas e sistema de informações. O nome da operação, segundo o MP-AM, faz menção justamente ao uso dos carros, que na execução dos crimes se deslocavam no formato de comboio.
Segundo o promotor e coordenador do GAECO, Igor Starling, não houve pedido de prisão nesta fase da operação, apenas mandados de busca e apreensão, cumpridos em Manaus (AM), Apuí (AM) e São Paulo (SP).
Buscas na SSP-AM
A sede da SSP-AM, na zona Norte de Manaus, foi um dos alvos da operação. Lá, segundo a PF, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 2 gabinetes, informou a PF.
Abaixo, a íntegra da Carta: