MANAUS – Depois de parceria em hospital de campanha para atendimento de pacientes com Covid-19 na capital do Amazonas, a empresa de plano de saúde Samel rompeu com a Prefeitura de Manaus e deixou de atender servidores públicos municipais por meio do Serviço de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Município de Manaus (Manausmed).
Segundo a Prefeitura de Manaus, em nota, a interrupção do atendimento foi uma decisão unilateral da Samel. De acordo com o município, a empresa prestava assistência médica nas áreas de pediatria e obstetrícia.
A Prefeitura de Manaus tem 39 mil servidores, entre ativos, pensionistas e aposentados.
Questionada, a Prefeitura de Manaus não respondeu qual o valor do contrato que mantinha com a Samel.
Procurada pela reportagem, a assessoria da Samel informou que a empresa não iria se manifestar sobre o assunto. E sugeriu que os questionamentos do site fossem encaminhados ao Manausmed.
De acordo com informação do Portal da Transparência da Prefeitura de Manaus, a Samel aplicou R$ 1 milhão “para início das ações do hospital de campanha”.
Abaixo nota da Samel sobre a suspensão dos serviços:
O Serviço de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Município de Manaus (Manausmed) informa que a suspensão dos serviços de pediatria e obstetrícia se deu por decisão unilateral da rede hospitalar privada e que o município já trabalha para solucionar a situação com um novo credenciamento, em fase avançada de negociação, junto a outros prestadores de serviço. O Manausmed destaca, ainda, que medidas administrativas estão sendo tomadas para que não haja prejuízo aos segurados, que foram informados da suspensão no atendimento via comunicação interna, além de divulgação por meio dos setores sistêmicos de serviço social e recursos humanos dos órgãos municipais. No mais, é importante ressaltar que os atendimentos de urgência e emergência continuam no Hospital Checkup e o Manausmed reitera seu compromisso na busca de alternativas para normalizar, o quanto antes, os serviços que foram interrompidos.
Hospital de campanha
Com o avanço da pandemia do novo coronavírus em Manaus, a prefeitura e a Samel decidiram montar uma hospital de campanha na zona Norte da cidade. O hospital foi fechado esta semana.
Após o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) anunciar o fechamento da unidade, a Samel tentou emprestar equipamentos da unidade para auxiliar no atendimento de pacientes em um hospital de campanha em Roraima.
No último dia 17, o diretor-presidente da Samel, Luís Alberto Nicolau, gravou um vídeo na frente do hospital criticando a prefeitura. Segundo ele, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) negou o empréstimo dos esquipamentos.
Na ocasião, Luís Alberto Nicolau fez críticas à prefeitura, afirmando que o município não investiu nada na unidade.
No vídeo, o diretor-presidente chegou a dizer que o secretário Marcelo Magaldi (Semsa) sequer saberia encontrar a porta de saída do hospital, caso fosse colocado dentro da unidade.
Em nota, a prefeitura repudiou a ação da Samel. E disse que a empresa queria retirar equipamentos do hospital sem seguir os trâmites legais.