MANAUS – Em gravação de áudio que circula no Whatsapp, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), acusa o governador e candidato à reeleição, Amazonino Mendes (PDT), de tentar fraudar as eleições.
O prefeito se refere à denúncia apresentada por Amazonino neste sábado (20), à Justiça Eleitoral, que tem por base a prisão de um traficante, em Codajás, que disse à Polícia Civil que o dinheiro que tinha em posse era para comprar votos para o candidato adversário do governador, Wilson Lima (PSC).
“O governador está atrapalhando o Amazonas. Pensa que ainda está na época de se fraudar eleições, como ele fez comigo em 1986. Essa história de inventar que o candidato Wilson Lima, que não esteve em Codajás, estava tentando comprar voto em Codajás, é típica de uma cabeça que adoeceu pela ânsia demasiada de poder”, diz o prefeito em um trecho da gravação.
Abaixo o áudio:
Em nota, a Polícia Civil diz que fez um trabalho sério na operação que resultou na prisão do traficante, na sexta-feira (19), e que a acusação de Arthur é leviana.
A cúpula da Polícia Civil do Amazonas, instituição integrante do Sistema de Segurança Pública, vem a público reiterar seu compromisso de polícia judiciária para com a sociedade amazonense e em resposta às declarações do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, no qual acusa levianamente a instituição de auxiliar a campanha do atual governador, Amazonino Mendes, a Polícia Civil esclarece:
Na sexta-feira (19/10), a instituição deflagrou, em conjunto com a Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) e Corregedoria Geral do Sistema de Segurança, em Codajás, a operação “Navalha”, a fim de desarticular um esquema de corrupção e tráfico de drogas naquela localidade. Na ocasião, o narcotraficante Diellisom Weendril Alves Pinheiro, o “Didi”, foi preso com armas e uma quantia de R$ 17 mil, no qual declarou em oitiva que o dinheiro seria utilizado para fins eleitoreiros. Com esse fato novo, todas as provas foram encaminhadas para os órgãos competentes, Polícia Federal e Ministério Público Eleitoral, para que sejam objeto de investigação.
Lamentavelmente, constatou-se ainda que a delegada, Alessandra de Souza Braga, também tinha participação no esquema. Cumprindo nosso papel de polícia judiciária, efetuamos a prisão da servidora.
Consideramos irresponsável e leviana, toda e qualquer declaração que coloque em xeque a credibilidade dos policiais envolvidos na operação, que levou aproximadamente 48 horas para execução e finalização.
Por fim, destacamos que toda a ação foi absolutamente exercida com a confiança e legalidade impostas pelos cargos dos policiais civis que ali cumpriram o honroso papel de polícia judiciária do Estado do Amazonas.