MANAUS – Em agenda em Manaus, nesta quarta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o povo tem razão em reclamar da alta nos preços da gasolina e do gás de cozinha, no entanto, o político empurrou a responsabilidade para os governadores.
Segundo Bolsonaro, são impostos cobrados pelo Estados, como o ICMS, que elevam os preços.
“Hoje, muitos reclamam, com razão, do preço do botijão de gás, na casa dos R$ 130. Realmente, é um absurdo. Mas quero dizer a vocês que o botijão de gás custa na origem R$ 45. E o governo federal simplesmente zerou o imposto federal para o gás de cozinha. Se chega a R$ 130, a responsabilidade não é do governo federal, são impostos estaduais, bem como frete e margem de lucro. Muitos também reclamam, com razão, do preço da gasolina. Quero dizer a vocês que hoje em dia o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, que é um absurdo, o imposto federal [é] na casa dos R$ 0,70. Vamos ver quem está sendo o vilão nessa história. Não é o governo federal”, disse Bolsonaro durante a entrega de apartamentos populares em Manaus, do projeto “Casa Verde e Amarela”, antigo “Minha Casa Minha Vida”.
Participaram do evento o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o prefeito da capital do Amazonas, David Almeida (Avante).
Bolsonaro também se esquivou da responsabilidade pela inflação galopante no país e pelos recordes de desemprego. Novamente, o presidente culpou os governadores.
Para o presidente, inflação alta e desemprego são resultados das medidas tomadas pelos governadores durante a pandemia, como a de “obrigar a população a ficar em casa”.
“Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês. Mas lá atrás, grande parte dos governadores, da nossa mídia querida, disseram que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘Fiquem em casa que a economia a gente vê depois’. A economia está batendo na porta de todos nós agora”, discursou Bolsonaro, sendo aplaudido por bolsonaristas presente no evento.
Aliado de Bolsonaro, Wilson teve dificuldade para convencer a população do Estado a respeitar as medidas restritivas para controlar a pandemia do novo coronavírus no Amazonas.
No final de 2020, o governador teve que recuar de um decreto que determinava o fechamento do comércio após manifestações de trabalhadores do setor nas ruas do Centro de Manaus.
O recuou de Wilson foi comemorado por eleitores e apoiadores de Bolsonaro, entre eles o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro.
Duas semanas depois, o Amazonas viveu seu pior momento na pandemia, registrando mortes de pacientes em hospitais por falta de oxigênio.