MANAUS – O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputado Josué Neto (PRTB), revelou ter ligado para o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), desembargador Domingos Chalub, para tratar da ação judicial que suspendeu liminarmente a eleição da Mesa Diretora do parlamento estadual.
A revelação da conversa foi feita por Josué na tribuna da ALE-AM na sessão desta quarta-feira (9), quando o deputado lembrou que durante suas gestões na Casa o Legislativo foi generoso com o Judiciário, ao ceder parte do duodécimo orçamentário ao poder.
“A gente não quer afrontar o Poder Judiciário. Podem criar intriga com o Poder Judiciário e a gente. Não será recebido. Nós temos o maior respeito pelo Poder Judiciário. Eu conversei ao telefone com o desembargador presidente, Domingos Chalub. Pedi que ele analisasse com carinho todas as peças que chegassem àquela Corte. Não há histórico dessa Casa de desrespeitar o Judiciário”, disse o deputado.
“É o contrário”, prossegiu. “A gente sempre respeitou muito o Ministério Público do Estado e o Tribunal de Justiça do Amazonas. Colegas aqui de primeiro mandato não sabem, mas essa Casa aqui, por duas vezes, abriu mão do seu repasse do duodécimo para o Tribunal de Justiça, uma pelas minhas mãos e outra pelas mãos do deputado Ricardo Nicolau. Quando o Judiciário estava no momento de extrema gravidade financeira, sem ter recursos para investir nos seus serviços no interior do Amazonas, esta Casa, a meu pedido, a pedido do governador da época, eu conversando com os colegas, deputado Belarmino Lins lembra-se do fato perfeitamente, nós abrimos mão de recursos para o Judiciário, 0,2% na época em um ano, no ano seguinte mais 0,2% do repasse do duodécimo. Portanto, já estão querendo, deputado Roberto Cidade, criar intriga com vossa excelência e o Judiciário”, completou Josué, ao comentar o discurso de Cidade, que foi eleito presidente da ALE-AM para o próximo biênio e em seu discurso disse confiar e respeitar a Justiça.
Josué disse que a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que adiantou a data da votação para a Mesa ocorreu dentro da legalidade e com o apoio operacional de servidores da Casa, muitos concursados.
O deputado revelou ainda que tinha vontade de ser reeleger, mas não teve condições políticas para isso e que compôs com Cidade para manter a Casa independente do governo.
“Nessa Casa todos os 24 deputados sabem que eu pretendia me reeleger. Mas, eu respeitei a vontade da maioria, eu respeitei que a maioria, deputado Roberto Cidade, estava com vossa excelência e nós fizemos uma união, em nome do Poder Legislativo, para manter a independência”, declarou.