MANAUS – Em uma sequência de tweets, o senador Plínio Valério (PSDB) criticou as manifestações pró-golpe militar que aconteceram em várias cidades brasileiras neste domingo (19).
Um dos atos, o de Brasília, contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“É triste ver manifestações a favor do regime militar. Pior ainda, é achar que esse tipo de coisa representa a vontade da maioria. Somos quase 220 milhões de brasileiros. Alguém sabe informar quantos foram às ruas pedir intervenção dos militares?”, questionou Plínio.
Para o senador, “essa minoria não representa nem de longe o que na verdade, pensam os brasileiros”. “Quem viveu ou sabe como foi o regime militar abomina tal ideia”, publicou.
“E mais: se consulta houvesse, a grande maioria dos militares diria que não quer isso. Há uma consciência saudável nas casernas sobre qual é a verdadeira missão das Forças Armadas, que diga-se de passagem, elas cumprem com muita honra e dignidade”, garantiu.
Plínio escreveu que “a intolerância mútua e a falta de respeito entre os Poderes causam turbulência, mostrando que tem alguma coisa fora de ordem”, sem citar Bolsonaro.
Mesmo assim foi rebatido por centenas de perfis da apoiadores do presidente.
“Pensar diferente não é ser inimigo”, apelou, ao apontar os riscos dos extremismos à democracia.
“O Executivo não pode aparelhar o Judiciário, o Judiciário não pode legislar e o Legislativo não pode enfraquecer o Executivo. Respeito entre os Poderes é o que os brasileiros exigem”, afirmou o senador.
Ato pró-intervenção
Em Brasília, ao participar do ato pró-intervenção militar, Bolsonaro disse que “acabou a época da patifaria” e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.
“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, disse. “Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, bradou, de cima de uma caminhonete, aos manifestantes, que em plena pandemia estavam aglomerados em frente a um quartel do exército.
A participação de Bolsonaro no ato repercutiu negativamente entre representantes dos demais poderes e no meio político.
Nesta segunda-feira (20), o presidente disse ser contra o fim da democracia. “No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”, afirmou a jornalistas ao deixar o Palácio da Alvorada pela manhã.