A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta sexta-feira (7), que está “à disposição” para uma eventual recondução ao cargo de chefe do Ministério Público Federal. Ela disse que não tem feito nenhuma articulação para se manter no cargo, mas que a permanência seria bem-vinda. O mandato de Raquel Dodge na PGR termina em setembro. “Estou à disposição, tanto da minha instituição quanto do país, para uma eventual recondução. Não sei se isso vai acontecer”.
Raquel Dodge disse que a consideração da lista tríplice enviada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) ao Presidente da República é uma prerrogativa do chefe do Executivo. “É uma decisão do presidente, definida na Constituição”, disse.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante sessão especial do Senado para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, está no cargo desde 2017 – Arquivo/Agência Brasil
A procuradora-geral foi indicada para o cargo pelo então presidente Michel Temer, em 2017. Ela ficou em segundo lugar pela indicação dos pares.
A lista tríplice foi criada em 2001 e é defendida pelos procuradores como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira. De acordo com a Constituição, o presidente da República pode escolher qualquer um dos procuradores em atividade para o comando da PGR. De 2003 a 2017, o nomeado foi o mais votado pelos membros da ANPR.
Dez procuradores se apresentaram à sucessão na PGR. Até o dia 17 de junho, os candidatos seguem em campanha. A eleição ocorrerá em todas as unidades do Ministério Público Federal do país, por meio eletrônico, no dia 18 de junho. Podem votar os cerca de 1.150 membros ativos do MPF.
Equidade de gênero
A procuradora-geral participou da abertura da 4ª Conferência Regional de Promotoras e Procuradoras de Justiça dos Ministérios Públicos Estaduais da Região Sudeste, na capital paulista. A inciativa tem como objetivo colher diagnósticos e promover a troca de boas práticas e experiências referentes à equidade de gênero no Sistema de Justiça brasileiro.
Dodge explicou que a ideia da conferência é traçar um diagnóstico subjetivo da situação. “Como sentem as mulheres membro do Ministério Público? Como evoluem na carreira?”, exemplificou. Ela destacou o caso de Ediene Lousado, procuradora-geral de Justiça da Bahia. “O que explica o fato de a procuradora-geral de Justiça da Bahia ser a primeira mulher depois de 400 anos de história do Ministério Público na Bahia?”, questionou.
Esta é a quarta de cinco conferências regionais que ocorrerão no primeiro semestre deste ano. A primeira foi em Manaus, em fevereiro; a segunda em Salvador, em março; e a terceira em Goiânia, em abril. Em São Paulo, o evento foi organizado pela presidência do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em parceria com a Delegação da União Europeia no Brasil e com as Procuradorias-Gerais de Justiça dos estados da região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo).