MANAUS – O deputado federal Marcelo Ramos (PL, antigo PR) reagiu às críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que afirmou que a Zona Franca de Manaus (ZFM) custa caro.
“A ZFM não é muito cara, a Zona Franca é barata, porque o Amazonas paga de impostos federais muito mais do que recebe de repasses do governo federal, tanto voluntários, como obrigatórios. (O Amazonas) é um dos poucos estados da federação com essa realidade. Paga mais à União do que recebe. E a ZFM não é uma distorção que precisa ser corrigida, a Zona Franca tem margem de valor agregado de 49% enquanto a indústria nacional tem em média de 46%”, avaliou Marcelo Ramos.
A série de críticas de Maia à Zona Franca foram dadas durante evento, na terça-feira (20), do jornal Valor Econômico.
Marcelo Ramos afirmou que por ter Rodrigo Maia como um aliado da bancada federal do Amazonas, precisava fazer alguns esclarecimentos ao político.
“O nosso presidente disse que é um absurdo produzir motos no Amazonas. Disse mais: que a Zona Franca é muito cara, [que] é mais legítimo colocar dinheiro no governo. Eu quero de uma forma muito fraterna, a ponderar, a esse aliado importante, estratégico, da Zona Franca de Manaus, do povo do Amazonas, que, primeiro: o exemplo das motocicletas talvez seja o exemplo de melhor case do Polo Industrial de Manaus”, disse Ramos.
Segundo o parlamentar, a Moto Honda emprega 6.200 pessoas e produz por ano 920 mil motocicletas.
“Declarações que atacam a Zona Franca reprimem o investimento já anunciado de uma empresa consolidada no Polo Industrial de Manaus. Mais do que isso , na ZFM, existe a única fábrica da Harley Davidson fora dos Estados Unidos, e a Yamaha também tem um polo concretizado na ZFM, o polo de duas rodas é o maior exemplo de um processo produtivo básico que agrega valor, que gera emprego, e que ajuda o Brasil, não só no mercado interno, mas também nas importações”, declarou Ramos.
Do ponto de vista ambiental e social, o deputado federal afirmou que a ZFM garante a preservação da floresta.
“A floresta amazônica hoje arde, e o fim ou a fragilização da Zona Franca dará ao homem do norte, ao homem amazonense, como única alternativa de sobrevivência, atividades altamente degradadoras do meio ambiente. Se não tiver Zona Franca, o instinto de sobrevivência do homem do Amazonas será plantar, criar gado, atividades degradantes para o meio ambiente”, concluiu o deputado.