Da Redação |
O desembargador Elci Simões, do TJ-AM (Tribunal de Justiça do Amazonas), cobrou nesta segunda-feira (22) “ética” de uma advogada durante sessão online por vazar no áudio dela a voz de uma criança.
“É uma sessão do tribunal. Não pode ter cachorro latindo. E criança chorando”, reclamou o magistrado.
O fato ocorreu durante a sessão da Segunda Turma Cível do TJ-AM, transmitida pela YouTube.
Constrangida, a advogada Malu Borges Nunes agradeceu a “compreensão”.
“Ok, Excelência. Agradeço a compreensão”, disse a advogada.
Outra visão
A atitude do desembargador do TJ-AM foi na contramão da adotada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell, que também é amazonense, que decidiu mudar a ordem das pauta da Corte, na quinta-feira (18), após um advogado levar o filho de 1 ano para o plenário.
O advogado Felipe Cavallazzi, pai de Lorenzo, é divorciado e compartilha os cuidados da criança com a mãe do menino. Como era seu dia de ficar com o filho, decidiu levá-lo para o trabalho com ele.
Na ocasião, ao contrário de Elci Simões, Campbell citou o Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Senhora ministra, senhores ministros, eu vou… invocar o Estatuto da Criança e do Adolescente e também a Constituição, porque esta Turma está sendo honrada pela presença do Lorenzo, muito bem comportado, que já se agasalhou por causa do frio”, disse, tendo a sugestão acatada por todos os ministros e participantes da sessão.
A causa em que Cavallazzi atuava foi, então, antecipada. “Observo que o Lorenzo, na hora que o nome dele foi citado, olhou para o pai. Está atento”, afirmou o ministro Herman Benjamin. “Se comportou brilhantemente”, elogiou Campbelll na ocasião.