MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), usou as redes sociais para publicar, na quarta-feira (1º de janeiro), um texto onde avalia seu primeiro ano de governo. No texto, Wilson fala da descrença sob sua capacidade de governar, de armadilhas deixadas por seu antecessor e dos ataques constantes de seus opositores.
O governador relembra que recebeu a faixa de governador de um dos, segundo ele, “mais tradicionais políticos brasileiros”, em referência ao ex-governador Amazonino Mendes (sem partido). Segundo Wilson, que estreava naquele momento na vida pública, havia “um ar de incredulidade” se ele seria capaz de desempenhar a função.
“Quem olhava a cena tinha a clara leitura da ruptura e de que o tempo é implacável, assim como a noite se vai para um novo dia nascer. Muitos acompanhavam eufóricos aquele momento histórico, outros, diante da minha falta de experiência no poder público, desconfiavam se eu seria capaz de comandar um estado tão complexo e com um saldo tão negativo (rombo de 3 bilhões de reais)”, escreve Wilson em trecho do texto.
O governador sustenta que não existiu uma trégua com seus opositores e que este primeiro ano lhe trouxe alguns “cabelos brancos”.
“Lidar com as atribuições do poder e fazer os movimentos no tabuleiro das composições não são tarefas fáceis. É preciso entender que estamos construindo do zero o que “eles” levaram 40 anos para solidificar, e com a vantagem de serem políticos experientes. Isso faz com que todos os dias eu meça o tamanho da carga e encontre soluções para problemas que não mais se resolvem com o modelo que foi deixado”, diz o governador.
Sem lua de mel
Wilson Lima afirma que não houve nenhuma trégua ou lua de mel com seus opositores, que já na primeira semana começaram, segundo ele, a atacá-lo.
“Os ataques começaram na primeira semana com toda artilharia disponível, e foi assim ao longo do ano com notícias falsas, manifestações patrocinadas por agentes políticos que tentavam recuperar prestígio e outros em busca de uma “polêmica” pra chamar de sua”, avalia Wilson.
Ajuda do vice
O governador Wilson Lima divide, na publicação, os méritos de seu primeiro ano de gestão com o seu vice, Carlos Almeida (PRTB), também estreante na vida política.
“Hoje estou bem diferente de um ano atrás, com alguns cabelos brancos a mais, mas muito realizado com o avanços que conseguimos fazer. E isso foi possível graças a ajuda do meu amigo Carlos Almeida e de uma equipe qualificada em todas as áreas e acima de tudo comprometida com o povo desse estado”, afirma.
Saúde
A área da saúde é destaque na avaliação de Wilson sobre seu primeiro ano como governador. Segundo ele, essa é uma área “muito sensível” e que herdou com “um rombo significativo que não dá pra corrigir em apenas um ano”.
“Apesar de todas as armadilhas os números são de longe melhores que do ano passado. As mudanças que estamos fazendo nessa área são profundas e já no início de janeiro vamos anunciar algumas”, adianta o governador no texto.
Abaixo, o texto publicado pelo governador:
Hoje ainda não é quinta-feira, mas é oportuno antecipar o #tbt, porque há exatamente 1 ano eu subia no palco mais simbólico do estado para começar o maior desafio da minha vida, o de conduzir o destino de mais de 4 milhões de brasileiros que moram no Amazonas.
A mim foi passada a faixa por um dos mais tradicionais políticos brasileiros, com um ar de incredulidade ou talvez com a certeza de que era hora de partir e que a chegada do novo era inevitável. Quem olhava a cena tinha a clara leitura da ruptura e de que o tempo é implacável, assim como a noite se vai para um novo dia nascer.
Muitos acompanhavam eufóricos aquele momento histórico, outros, diante da minha falta de experiência no poder público, desconfiavam se eu seria capaz de comandar um estado tão complexo e com um saldo tão negativo (rombo de 3 bilhões de reais). A oposição (até então situação) acostumada às sucessivas vitórias, tinha plena certeza que eu sucumbiria às pressões e nos bastidores tramavam de todas as formas para impedir que o governo desse certo.
Houve uma dificuldade muito grande para conseguir os números verdadeiros das finanças do Estado, que só tivemos total acesso quando assumimos. Sem mencionar as armadilhas que foram montadas nos últimos três meses do governo anterior que fez com que a folha aumentasse em 1,2 bilhão de reais.
Falaram-me de uma lua de mel que duraria uns 3 meses, mas isso de fato não aconteceu. Os ataques começaram na primeira semana com toda artilharia disponível, e foi assim ao longo do ano com notícias falsas, manifestações patrocinadas por agentes políticos que tentavam recuperar prestígio e outros em busca de uma “polêmica” pra chamar de sua.
Hoje estou bem diferente de um ano atrás, com alguns cabelos brancos a mais, mas muito realizado com o avanços que conseguimos fazer. E isso foi possível graças a ajuda do meu amigo Carlos Almeida e de uma equipe qualificada em todas as áreas e acima de tudo comprometida com o povo desse estado.
Encaramos e superamos com muita competência as crises do H1N1 no início do ano com a antecipação da vacina, demos uma resposta imediato aos acontecimentos no sistema prisionais no mês de maio e também às queimadas que aconteceram no estado no mês de agosto, além da cheia que atingiu mais da metade do estado.
Apesar de todas as limitações financeiras e aquelas impostas pela burocracia, chegamos muito longe. Fiz um levantamento das promessas que eu havia feito durante a campanha e mais da metade delas já foram cumpridas ou já iniciadas. O que é um número muito significativo.
Ao assumir determinei a retomada de todas as obras inacabadas e mais de 100 foram reiniciadas. Chegamos ao final do ano com obras em mais de 50 municípios, incluindo Manaus. Dentre as mais significativas o anel Sul, Anel Leste que começamos do zero, saneamento da terceira etapa da Bacia do São Raimundo, duplicação da AM 070, Prosai Maués, recuperação do viário dos municípios do interior, Plano Safra e demais ações voltadas para o setor primário.
A saúde tem sido uma área muito sensível, onde ainda há grandes dificuldades, resultado de um modelo que não permite controle e torna o gestor refém. Herdamos um rombo significativo que não dá pra corrigir em apenas um ano. Apesar de todas as armadilhas os números são de longe melhores que do ano passado. As mudanças que estamos fazendo nessa área são profundas e já no início de janeiro vamos anunciar algumas.
O ano de 2019 não foi nada fácil, assim também como não serão os próximos, mas a base construída nos permite lidar com mais tranquilidade com as adversidades, e novos desafios que estão por vir. Nunca estive tão otimista diante do desafio que a mim foi posto.
Lidar com as atribuições do poder e fazer os movimentos no tabuleiro das composições não são tarefas fáceis. É preciso entender que estamos construindo do zero o que “eles” levaram 40 anos para solidificar, e com a vantagem de serem políticos experientes. Isso faz com que todos os dias eu meça o tamanho da carga e encontre soluções para problemas que não mais se resolvem com o modelo que foi deixado.
Está começando hoje mais uma etapa dessa batalha e me sinto muito honrado de ter sido escolhido para representar o maior estado do Brasil. Não tenho medo de enfrentar os desafios porque não cheguei aqui resultado do acaso ou da sorte, tenho Deus que guia meus caminhos, que me dá a serenidade diante das turbulências e a coragem para tomar as decisões acertadas. Que 2020 seja um ano de muita paz e prosperidade.
Trabalhando sério a gente muda o Amazonas!