MANAUS – Irritado por ver minguar o pedido de CPI apresentado por ele e por Wilker Barreto (PODE), o deputado Dermilson Chagas (PODE) criticou o autor do novo pedido, Delegado Péricles (PSL), na sessão desta terça-feira (6) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Antes desta terça, Dermilson e Péricles costumavam fazer dobradinha nas críticas ao governo estadual.
O novo pedido foca na crise do oxigênio e teve apoio imediato do bloco PT-PSB, representado por Sinésio Campos e Serafim Corrêa. Enquanto isso, o pedido apresentado pela oposição ficou dependendo de uma assinatura para chegar às oito necessárias para que pudesse tramitar.
Dermilson acusou a apresentação do novo pedido de CPI de ser uma manobra do governo. E acusou Péricles de atuar como base do governo. “Wilson (Lima, governador) já ligou para todo mundo aqui”, disparou.
Para Dermilson Chagas, Péricles articulou com o governo a demissão do atual secretário adjunto de Inteligência, Samir Freire. “Se o Samir for exonerado eu sei porque apresentaram essa CPI. Se o cara da inteligência for exonerado, eu sei porque apresentaram essa CPI em cima da hora”.
“Agora, deputado Péricles, o senhor que se comporta como base do governo, peça para a base assinar a CPI. Nós estamos vendo uma manobra para não sair a CPI por vaidade, por ego. Uma pessoa que não consegue nem defender o seu presidente da República (Péricles é bolsonarista), que toda hora é achincalhado aqui, uma pessoa que está em busca de algo concreto para se segurar, não está em busca de salvar vidas”, disparou.
Se a CPI da oposição vingasse, o Podemos já tinha assegurado uma cadeira para Dermilson, que poderia ser, inclusive, presidente ou relator. Com a nova CPI, esta possibilidade está praticamente descartada.
Péricles reagiu e se disse independente. Afirmou que não tirará sua assinatura do primeiro pedido de CPI e que só apresentou o novo porque na proposta de Dermilson não há “fato determinado” para se investigar, como prevê a lei que rege a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Ao fim dos embates, Wilker e Dermilson condicionaram adesão à nova CPI a um aditamento para que contratos do governo durante a pandemia sejam investigados. Eles já não acreditam que a CPI proposta por eles terá a assinatura que falta para tramitar, o que garantiria a Dermilson a presidência ou relatoria.
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